São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Bolsa do Rio; Quadros; Menores de rua; Trânsito paulistano; Indignação; Acusações ao PT; Empréstimos do BNDES; Punição ao Atlético

Bolsa do Rio
"A propósito do texto publicado nesse jornal em 9/6 (com sequência em 10/6), sob o título 'Máfia lavava dinheiro na Bolsa do Rio' (Brasil), com a informação adicional de que 'o esquema conta com a colaboração de operadores da Bolsa', cumpre à Bolsa de Valores do Rio de Janeiro esclarecer, em razão do flagrante equívoco, o seguinte:
1) É totalmente incorreta a interpretação que se extrai da reportagem no sentido de ocorrer participação da Bolsa do Rio nos acontecimentos ilícitos ali divulgados.
2) É fato indesconhecível que, nas aplicações no mercado de ações com recursos provenientes do exterior por meio do mecanismo denominado Anexo 4, nem a Bolsa do Rio nem qualquer Bolsa de Valores do país têm acesso à identificação e origem dos respectivos recursos, já que os mesmos são captados no exterior por investidores institucionais, credenciados pela CVM, e as aplicações em Bolsa são realizadas em nome e por conta apenas desses investidores institucionais.
3) É fato notório, ademais, que a Bolsa do Rio, assim como as demais Bolsas de Valores do país, não possui 'operadores', já que os profissionais autorizados a operar nos pregões das Bolsas são operadores, isso sim, de sociedades corretoras de valores."
Marco Aurélio Chaves, superintendente-geral em exercício da Bolsa de Valores do Rio (Rio de Janeiro, RJ)

Quadros
"A Folha de sábado, 7/6, e segunda-feira, 9/6, editou duas notas, de responsabilidade da colunista Joyce Pascowitch, sob os títulos 'Porta-retrato' e 'Bandejão', sobre este senador da República, imprimindo um tom jocoso, deselegante, sem retratar a verdade e, ainda, de péssimo estilo jornalístico. A maldade exposta nessas notas demonstra a falta de compromisso com a verdade para com os leitores da Folha.
Não pode, ou melhor, não deve uma colunista da Folha mentir para seus leitores nem tampouco expor fatos surrealistas sobre aquisições de quadros de Renoir e Monet. Não tive e não tenho quadros de Renoir ou Monet."
Gilberto Miranda Batista, senador pelo PFL-AM (Brasília, DF)

Resposta da colunista Joyce Pascowitch - Todas as informações publicadas foram devidamente checadas. Quanto aos quadros de Renoir, o próprio Gilberto Miranda me mostrou, ao visitar sua casa, os primeiros que ele havia comprado.

Menores de rua
"Quanto à reportagem 'Símbolo do Unicef volta a viver na rua' (Cotidiano, 12/5), a repórter não ouviu o 'outro lado' com toda a seriedade possível e devida. Preferiu o escândalo da mídia, a manchete histérica. Caso a repórter fosse ao abrigo antes da publicação do texto (atitude que só tomou depois, o que caracteriza uma certa falta de critério), conforme convite, saberia das diversas evasões do adolescente N.C., como também teria condições de avaliar se os meninos aqui ficam 'rezando o tempo todo' ou ajoelhados no milho.
A problemática de N. é muito maior que a denúncia banal, mais triste do que um suposto e cansativo embate PPB x PT, como talvez possa sugerir a reportagem. Ele não é nem nunca foi exemplo de projeto algum. Caso fosse, seu processo de vida e de aprendizado fariam com que ele, no mínimo, se mantivesse no abrigo."
Carlos Alberto de Lima, diretor da Casa da Rua Uruguai (Santos, SP)

Resposta da jornalista Luciana Schneider - A reportagem ouviu o outro lado: a secretária de Ação Comunitária de Santos, Anamara Simões Martins, responsável pelos programas de recuperação de menores de rua. O texto não é sobre o "embate PPB x PT", e sim sobre um adolescente que voltou a viver nas ruas.

Trânsito paulistano
"Por respeitar Clóvis Rossi, pela qualidade e objetividade de seus artigos, fui surpreendido com o artigo 'Fujam'.
Talvez ele, como muitos moradores da cidade ou de passagem por ela, tenha sofrido as agruras do congestionamento causado pela interrupção de uma via por onde passam diariamente 'somente' 800 mil veículos.
É perfeitamente compreensível a sua raiva, embora não concorde que ele queira descarregá-la na CET. Pretender que a engenharia de tráfego tenha capacidade de prever acidentes da especialidade da mecânica de solos é exigir demais do nosso corpo técnico. É como se um médico tivesse de ser especialista em todos os ramos da medicina, ou não estaria em condições de cuidar dos seus pacientes."
Nelson Maluf El Hage, presidente da CET (São Paulo, SP)

Indignação
"A foto mostrando uns 40 deputados assistindo a um joguinho de futebol em lugar de estar no plenário para votar as indispensáveis reformas administrativas deixou-me furioso e indignado!
Esses senhores (notem: não há senhoras nesse grupo...) fugiram da raia, covardemente escondidos, omitindo-se e mantendo-se no mesquinho nível da politicagem, em lugar de assumir a responsabilidade do mandato que receberam. Os leitores merecem conhecer os seus nomes."
Jorge Wilheim (São Paulo, SP)

Acusações ao PT
"No sul dos EUA, quando se pretendia matar um negro, se aplicava a chamada lei Lynch. A destruição física do indivíduo. Mas há também o aniquilamento moral. Insinuações, meias-verdades, suspeitas, a criação do clima paranóide sempre caracterizaram o sadismo do poder. Foi assim na Inquisição, na caça às bruxas, no macartismo. Tudo em nome da moral e do bem.
Nunca votei no Lula, e num debate na rádio Excelsior fui muito duro com ele, política e até pessoalmente. Reconsiderei minha ótica ao reencontrá-lo. Fiquei emocionado com sua autenticidade e seu despojamento.
Não sei nem quero saber de detalhes de sua amizade com seu compadre e não creio que isso interesse, de verdade, a ninguém publicamente. Tudo contra Lula se resume a diz-que-diz, a forma contemporânea de arrasar a imagem do adversário."
Jacob Pinheiro Goldberg (São Paulo, SP)

Empréstimos do BNDES
"Parabéns à Folha por chamar a atenção em seu editorial (4 de junho) para essa situação escandalosa de o BNDES se dispor a tomar empréstimos internacionais a fim de repassá-los às grandes empresas de automóveis para se instalarem no Brasil.
Além de todas as renúncias tributárias por parte do Estado, além dos investimentos em infra-estrutura para 'assentar' essas 'sui generis' sem-terra, esse nosso incrível BNDES ainda quer entrar com o capital!"
Iara Assunes Silva (São Paulo, SP)

Punição ao Atlético
"O massacre realizado na semana passada no julgamento sobre o caso do futebol brasileiro não possui respaldo jurídico. Isso porque uma pessoa jurídica, como o Atlético Paranaense, não pode ser responsabilizado pela pessoa física, como Mario Celso Petraglia.
Repúdio à máfia do futebol no eixo Rio-São Paulo, que não puniu o Corinthians com o mesmo rigor que ocorreu com o time paranaense, e em especial à máfia que vai conseguir colocar o Fluminense de novo no circuito nacional."
Ana Pinto (Curitiba, PR)

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