São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997 |
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TCE dá 3 dias para Covas enviar relatório
EMANUEL NERI
A auditoria constatou que as empresas receberam por serviço que não prestaram ao Estado. Pede que sejam punidas pela "inexecução parcial de contrato" e que devolvam aos cofres públicos o "valor recebido indevidamente". Tejofran a Power pertencem ao empresário Antônio Dias Felipe, amigo, compadre e financiador das campanhas eleitorais do governador. Na disputa pelo governo paulista em 94, elas doaram R$ 180 mil para a campanha de Covas. A Folha revelou que, em três anos do atual governo paulista, Tejofran e Power obtiveram contratos públicos no valor de R$ 151,7 milhões. Antes de ser governador, Covas instalou seu escritório político na Tejofran. Esquecimento O despacho do TCE pedindo cópia da auditoria sobre as irregularidades na Tejofran e Power foi dado pelo conselheiro Roque Citadini. Ele critica o fato de o governo ter "esquecido" de enviar o resultado da auditoria ao tribunal. "Lamento que o governo do Estado, tão zeloso em procurar a origem da fonte de noticiário de imprensa a respeito de contratos públicos, tenha no presente caso se esquecido de fazer a devida comunicação a este tribunal", diz. O TCE também quer que a Secretaria da Saúde, responsável pelos contratos, envie ao tribunal os contratos originais feitos com Tejofran e Power. Quer também saber quais as providências adotadas em relação às irregularidades. A auditoria foi realizada pela Corregedoria da Secretaria do Governo e Gestão Estratégica. Cópia do documento foi enviada ao Ministério Público. A investigação foi realizada em três grandes hospitais públicos de São Paulo. No Hospital Regional de Osasco, a auditoria constatou que Tejofran e Power forneciam um número de trabalhadores inferior ao que previam os contratos entre aquelas empresas e a Secretaria da Saúde. Apesar das punições recomendadas pela auditoria, até agora o governo não adotou nenhuma medida contra as duas empresas. Funcionários da Tejofran e Power continuam trabalhando normalmente naquele hospital. As próprias empresas disseram desconhecer as irregularidades apontadas pela auditoria. Elas informaram à Folha que jamais receberam qualquer tipo de comunicado do governo sobre o caso. Texto Anterior: Governo vai ao STF contra reajuste Próximo Texto: Governo enviará cópia Índice |
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