São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Refém é baleado em perseguição policial

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um estilhaço de uma bala acertou a nuca do advogado Eduardo Ganymedes Costa, 42, durante um tiroteio entre policiais militares e dois dos três ladrões que mantiveram a vítima como refém.
O crime aconteceu às 21h de anteontem na rua Dom Macário, no Jardim da Saúde (zona sudoeste de São Paulo). Nenhum dos assaltantes foi preso pela polícia.
O advogado passaria ontem à noite por uma cirurgia para a retirada do estilhaço alojado em sua cabeça. Costa está no Hospital São Paulo e não corre risco de vida.
A ação dos três assaltantes começara pouco antes das 21h. Costa, a mulher, Zilda Aparecida Braga Ganymedes Costa, 35, e o filho do casal, Estevam, 12, estavam saindo de casa, na rua Ouvidor Peleja, na Vila Clementino (zona sudoeste), quando foram dominados.
A família ia comemorar o Dia dos Namorados. Os assaltantes mandaram Zilda sair do carro. Iam levar o advogado e o filho, mas a mãe conseguiu convencê-los a deixar a criança, alegando que nesse dia era o aniversário do menino.
O advogado foi posto no banco traseiro do Escort. Um dos ladrões assumiu a direção do carro, outro sentou no banco dianteiro do passageiro e o terceiro ficou ao lado de Costa.
Zilda telefonou de sua casa à Polícia Militar. Depois de receber a mensagem, policiais do 12º Batalhão da PM viram um Escort parado em frente a um caixa eletrônico na avenida do Cursino (zona sudoeste).
No carro estavam dois homens no banco traseiro e um na direção. Um quarto homem estava no interior do caixa eletrônico do Banespa. Os assaltantes viram o carro da polícia, e o motorista saiu em disparada com o Escort, deixando o colega no caixa e levando o refém.
Segundo a versão apresentada pelo soldado Laurindo Mariano Leite Neto, 34, e pelo sargento Paulo Rogério de Almeida, 24, o assaltante que estava no banco traseiro pulou no banco da frente durante a perseguição.
Em seguida, os ladrões teriam diminuído a velocidade do carro e aberto as duas portas do Escort. Com o carro quase parado, segundo os PMs, os assaltantes saíram correndo e atirando.
Em seus relatos feitos à Polícia Civil, os PMs afirmaram que não atiraram nesse momento. Disseram que desceram do carro e que continuaram a perseguição a pé. Só teriam revidado os disparos depois de passar pelo Escort, onde estava o refém.
Os assaltantes se dividiram. Cada um foi para um lado e nenhum foi pego. O sargento disse que soube que o refém fora baleado quando retornou ao local em que estava o Escort. Segundo ele, a vítima já havia sido socorrida por outros PMs, parte do reforço que havia ido ajudá-lo no caso.

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