São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Multar caminhão será difícil, diz secretaria

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de engenharia ambiental e recursos hídricos da Cetesb (agência ambiental paulista), Alfred Szwarc, afirmou ontem que haverá dificuldades em fiscalizar os caminhões que trafegarem nas zonas de exclusão durante o rodízio de veículos na região metropolitana de São Paulo -que começa no dia 23 de junho.
As zonas de exclusão são corredores formados por grandes avenidas que interligam as principais rodovias que cortam a capital (veja quadro nesta página).
Inicialmente, o governo iria liberar o tráfego de todos os caminhões nessas vias para não prejudicar as transportadoras que trafegam pela região metropolitana apenas como passagem entre outras cidades.
Mas na última hora a Cetesb mudou de idéia e, com a publicação do decreto que regulamentou o rodízio, só liberou o tráfego nas zonas de exclusão aos caminhões que transportem mercadorias com origem e destino fora da região metropolitana.
No resto da cidade os caminhões terão de respeitar a restrição e não circular um dia por semana.
A decisão vai causar dificuldades na aplicação das multas aos infratores, já que não é possível identificar visualmente se o caminhão está incluído na regulamentação.
Para "pegar" os caminhoneiros que estejam desrespeitando o rodízio, o governo vai fazer blitze, em conjunto com a Polícia Militar, em alguns pontos das zonas de exclusão, parar o veículo e pedir ao motorista que apresente a nota fiscal do produto a ser entregue.
Se for comprovado que a mercadoria tem origem e destino em municípios não incluídos no rodízio, o caminhão estará liberado. Caso contrário, o motorista será autuado.
"Não nego que possa haver dificuldade na fiscalização, mas não podemos liberar as zonas de exclusão para todos os caminhões. Se fizéssemos isso, as pessoas iriam abusar e a eficácia do rodízio seria muito reduzida", afirmou Szwarc.
Ele acredita que a liberação para todos os caminhões iria incentivar a utilização das zonas de exclusão até por motoristas que não precisam, necessariamente, passar por essas vias. "Não queremos transformar as rotas de passagem em rotas de fuga", disse.
A Cetesb ainda não definiu o número de pontos e os locais de fiscalização nas zonas de exclusão. Szwarc disse que eventuais problemas serão resolvidos por recursos administrativos.
Ao total, haverá 120 pontos fixos de fiscalização em toda a região -a maioria em grandes avenidas da capital. A Cetesb também conta este ano com o carros multadores -cerca de 20 veículos que vão circular pelos dez municípios abrangidos pelo rodízio para flagrar motoristas infratores.

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