São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997 |
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McVeigh é condenado à morte Bomba matou 168 em 1995 CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Segundo o testemunho de pessoas presentes no tribunal em Denver, Colorado, oeste dos EUA, onde seu julgamento por crimes federais ocorreu, McVeigh não demonstrou emoção quando a sentença unânime do júri de sete homens e cinco mulheres foi lida. Ao sair da sala, McVeigh olhou para os seus pais, murmurou "tudo bem" e fez um discreto sinal de V com os dedos. Quando chegou, ele havia sorrido para os pais. O júri já havia considerado McVeigh culpado das 11 acusações que o governo federal lhe havia feito: uso de armas capazes de provocar destruição em massa, danos a propriedades públicas federais e homicídio de oito agentes federais. Esses crimes só passaram a ser puníveis com a pena de morte a partir de setembro de 1994, sete meses antes do atentado de Oklahoma City, quando o Congresso aprovou pacote de leis anticrime. O único outro acusado pela explosão, Terry Nichols, vai ser julgado, também em Denver, daqui a três meses. Nichols, 42, se entregou à polícia dois dias após a prisão de McVeigh, detido por uma infração de trânsito horas após a explosão e estava para ser libertado quando uma descrição do suspeito do atentado chegou à delegacia em que estava e chamou a atenção dos policiais locais. Segundo a promotoria, embora Nichols não tenha estado junto com McVeigh no momento da explosão, ele o ajudou a planejá-la. Nichols e McVeigh se conheceram no Exército. Nichols participava de movimentos antiestatais e animou McVeigh a fazer o mesmo. Terry Nichols também pode ser punido com a pena de morte. O júri levou dois dias para chegar à decisão unânime de condenar McVeigh à morte. Segundo pesquisa de opinião pública do Instituto Gallup divulgada pela edição desta semana da revista "Time", 78% dos norte-americanos acham que ele deveria receber a pena de morte e 17% a de prisão perpétua. O mais recente condenado à morte executado pelo governo federal foi Victor Ferguer, enforcado em 1963 em Iowa, Meio-Oeste do país, por sequestro e estupro. O governo federal reinstituiu a pena de morte em 1988, 12 anos após a Suprema Corte ter revertido decisão anterior e tê-la considerado constitucional. Entre 1972 e 1976, ela fora proibida nos EUA. Hoje, é adotada por 47 dos 50 Estados e pelo governo federal e não existe em 13 Estados e no Distrito de Colúmbia (equivalente ao Distrito Federal brasileiro). Há cerca de 3.000 condenados à morte. Texto Anterior: Italianos estupram na Somália Próximo Texto: Condenado é um americano médio Índice |
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