São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Poupar é opção ideal para compra à vista
GABRIEL J. DE CARVALHO
Conter o anseio irresistível do consumo imediato e ir poupando o valor das prestações para comprar à vista mais tarde é a alternativa mais sensata hoje em dia, aconselham os consultores Miguel José Ribeiro de Oliveira e José Dutra Vieira Sobrinho. Os planos de financiamento esticados que o comércio vem oferecendo desde o ano passado são os maiores responsáveis pelo crescimento do consumo de bens duráveis. Quanto mais longo o prazo, menor a prestação. O consumidor não percebe, entretanto, que o juro embutido numa prestação diminuta pode ser enorme. Um freezer Electrolux de 210 litros, por exemplo, pode ser comprado por R$ 550 à vista ou em 25 prestações iguais de R$ 45 -aparentemente uma bagatela. Ao final do prazo o consumidor terá desembolsado R$ 1.125, pagando juro de 6,5% ao mês. Isso equivale a 112,9% ao ano, ou quase 100% sobre a inflação esperada para este ano. Se ele adiar a compra e aplicar mensalmente R$ 45 num FIF (Fundo de Investimento Financeiro) de 60 dias que renda 1,2% líquido ao mês, terá acumulado R$ 577 em 12 meses, valor suficiente para adquirir o freezer à vista. Com os 13 meses adicionais poupando R$ 45, acumularia mais R$ 629. Preços estáveis Há a hipótese de o mesmo congelador estar custando mais daqui a um ano, mas é pouco provável. Os preços dos eletroeletrônicos e eletrodomésticos estão relativamente estáveis. Nos últimos 12 meses, chegaram a cair. A queda média foi de 3,87%, constatou a Fipe, órgão de pesquisa em São Paulo. O preço médio de geladeiras baixou 8,2%; o de microondas, 6%; e o de aparelhos de som, 10%. A concorrência no comércio é acirrada e há boa oferta de artigos importados, o que inibe reajustes internos de preços. Poupar o valor da prestação é opção também na troca de carro. Consórcio tem custo inferior ao do crediário e do leasing, mas as taxas cobradas não são desprezíveis. Na semana passada, um Palio Ed era ofertado a R$ 12.400 à vista ou com entrada de R$ 1.214 e 36 parcelas fixas de R$ 555. O juro embutido é de 3,55% ao mês, ou 52% ao ano, contra uma inflação anual de 6% ou 7%. Aplicando R$ 555 por mês a 1,2%, vai acumular R$ 11.765 em 19 meses. Nesse prazo, já teria pago R$ 10.545 pelo carro e estaria devendo 17 prestações de R$ 555. Texto Anterior: Brasil adota regras da OCDE Próximo Texto: Quanto maior o juro, maior é a vantagem Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |