São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Brasil pode perder 'carta européia'

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

Para o Brasil, o adiamento do euro tende a significar a perda da chamada "carta européia". Traduzindo: o Brasil (e o Mercosul) negocia com os EUA a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), prevista para 2005.
Mas o Itamaraty teme que a Alca represente o sucateamento da indústria brasileira, que seria exposta à concorrência predatória com a economia norte-americana.
Por isso, aposta na "carta européia", ou seja, um acordo de livre comércio com a UE, que também estaria concluído em 2005.
Um estudo de Lia Valls Pereira (FGV) mostra que o Mercosul ganha mais em um acordo com a Europa do que com os EUA.
Ocorre que, enquanto não se desfizer a confusão em torno do euro, a UE não tem condições de avançar em outra negociação.
Pior: se o euro empacar e houver repercussões negativas sobre o desempenho econômico da Europa, o Brasil também paga.
O bloco de 15 países da UE leva cerca de 25% de tudo o que o Brasil exporta. Mesmo uma queda pequena nesse volume, se não for compensada por outras áreas geográficas, é ruim. Como as contas externas são o grande problema do Real, qualquer redução nas exportações só aumenta o pessimismo com a situação no front externo.
Para o turista brasileiro, o euro representa uma vantagem: dispensará a troca de moeda cada vez que se muda de país -o que implica pagar comissão aos bancos que fazem a operação.
(CR)

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