São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Longe de casa

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA; GABRIELA MICHELOTTI; IZABELA MOI

Acampamentos são diversão para as crianças e descanso para os pais
Com a chegada das férias de julho, o primeiro pensamento que vem à cabeça é descanso -tanto para pais quanto para filhos. Uma boa solução é despachar as crianças para um acampamento.
Talita Araujo de Carvalho, 8, que passou quatro dias em um acampamento em dezembro do ano passado, gostou da experiência. "Adorei. Conheci novos amigos e fiz várias brincadeiras. O que mais gostei foi das escaladas e de fazer papel reciclado", conta.
Talita só reclamou de uma coisa: da sopa. "O único jantar que tinha toda noite era sopa, que eu não gosto." As saudades de casa também não pesaram muito: "Senti saudades, mas não muito, porque eu estava me divertindo".
A única reclamação veio da mãe de Talita, Rita: "Ela passou quatro dias sem lavar o cabelo, que voltou duro".
De acordo com a diretora e coordenadora do Centro Clínico de Crianças do Sedes Sapientiae, Marcia Heigenberg, é extremamente saudável para as crianças frequentar acampamentos de férias.
"Toda a atividade que possa levar a criança ao campo e aumentar seu contato com a natureza é muito boa. Além disso, a criança, por estar afastada dos pais, vai explorar o mundo para além do circuito familiar com o qual está acostumada, o que vai ajudar a desenvolver sua independência."
Mas os pais que encontram resistência dos filhos na hora de acampar não devem forçá-los a ir. "Pode-se ajudar a criança a diminuir seu medo quando uma outra criança conhecida vai junto, ou levando-a às reuniões que geralmente são feitas com o grupo antes da viagem. Mas não se deve forçar a criança a enfrentar situações, mesmo que de lazer, se ela não estiver preparada."
Vera Castiel, mãe de Sérgio Castiel, 11, não teve sorte com a experiência. "Meu filho foi acampar com oito anos e não se adaptou muito. Nesses lugares, tem muita competição, as crianças menos hábeis voltam frustradas."
"Não gostei muito. Não tinha muitas crianças e nem brincadeiras ou atividades. Os meninos brigavam muito, e ninguém ficou muito amigo", conta Sérgio.
Um tempo depois, Sérgio pediu à mãe para ir a um novo acampamento. "Eu acho a idéia de acampar excelente e, na segunda vez, foi muito melhor. A minha filha de sete anos queria ir, mas não pôde por causa das aulas. Se ela quiser ir agora, mando tranquilamente", diz ela.
"Quando fui de novo, foi mais legal. A gente fez caça ao tesouro, escalamos um morro e jogávamos muito. Se aparecer outro acampamento, vou", diz Sérgio. (Alexandra Ozorio de Almeida, Gabriela Michelotti e Izabela Moi)

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