São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 1997
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Projetos prioritários vão receber R$ 31 bi

Para Kandir, programa supera expectativa

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "Brasil em Ação" do presidente Fernando Henrique Cardoso receberá R$ 31 bilhões neste ano. O programa reúne os 42 projetos das áreas de infra-estrutura e social considerados prioritários pelo governo federal.
O ministro do Planejamento, Antonio Kandir, divulgou, ontem em São Paulo, o primeiro relatório com um balanço dos projetos. O ministro comemorou a superação de metas estabelecidas.
O principal exemplo é a hidrovia do rio Madeira, na Amazônia, cujo início de operação, em abril, teve a presença de Fernando Henrique.
A hidrovia promove, segundo Kandir, a redução no preço de transporte da tonelada da soja de R$ 105,00 para R$ 70,00 até o porto de Roterdã, na Holanda.
O programa já foi comparado ao Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e aos planos de desenvolvimento dos anos 70. Kandir não nega que "projetos bem sucedidos rendem dividendos políticos, que são sempre bem vindos".
Vitrine
FHC aposta todas as fichas na visibilidade que o "Brasil em Ação" dará à segunda metade do seu governo, com vistas à reeleição no ano que vem. Vistoriando e, de preferência, inaugurando obras, FHC estará aparecendo sem precisar subir em palanque.
Desde agosto de 96, quando foi lançado o programa, FHC esteve presente em nove eventos do "Brasil em Ação".
O programa atrairá investimentos da iniciativa privada, diz Kandir. Exemplo: a conclusão da Ferronorte, prevista para julho de 98, deverá aumentar em até 25% o valor da Fepasa (a rede ferroviária paulista), que será privatizada pela União até o final deste ano.
"O governo federal está sinalizando claramente que os investimentos em infra-estrutura estão garantidos. Isso atrairá a iniciativa privada", afirmou Kandir.
O governo espera que apenas R$ 3,7 bilhões dos R$ 31 bilhões previstos para este ano saiam do Orçamento da União. O restante será rateado por várias fontes.
Cerca de R$ 1 bilhão são empréstimos externos, mas a maior parte (cerca de R$ 26,5 bilhões) virá de Estados, municípios, empresas estatais e fundos (como o Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Kandir ressalta que o programa ajudará a equilibrar a balança comercial, já que conferirá maior competitividade (menor preço) aos produtos nacionais.
O ministro afirma que o forte do programa é o sistema de gerenciamento. Cada projeto tem um gerente e o monitoramento é feito por intermédio de uma rede de 200 computadores que inclui até a Presidência da República.
O relatório divulgado por Kandir estará disponível na Internet na sexta-feira.
O endereço do ministério do Planejamento é http://www.mpo.gov.br

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