São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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ECT deve ter participação privada até 98

Modelo de venda sai em 97, diz Motta

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério das Comunicações pretende abrir a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para a iniciativa privada até 1998. No ano passado, a ECT obteve lucro de R$ 132 milhões. Em 1995, havia registrado prejuízo de R$ 89 milhões.
O novo perfil da empresa estudado pelo ministério não descarta sua privatização integral, mas aposta em um modelo misto, com participação de capital privado e estatal, para modernizar a área.
O anúncio foi feito ontem pelo ministro Sérgio Motta, durante o encerramento da 2ª Reunião de Ministros de Tutela do Setor Postal, em São Paulo.
"Estamos quase em fase final da mesma discussão que tivemos sobre o setor de telecomunicações. Há uma proposta até de privatização integral, mas, provavelmente, caminharemos para um modelo misto, com a presença de capitais privados e públicos, para a criação de uma empresa eficiente de serviços postais", disse Motta.
Limites
Ainda não existem dados concretos sobre o limite de participação da iniciativa privada, mas o projeto, segundo o ministro, deverá ser concluído até o fim do ano.
"O setor é muito diferente do de telecomunicações, em que você tem uma atratividade econômica brutal. O problema é regulamentar a guerra de capitais. A ECT tem um setor que não tem atratividade econômica. Por isso, acho que caminha para o capital misto. Pretendemos negociar o novo modelo no ano que vem", explicou Motta.
Os planos para a ECT incluem ainda a remecanização do serviço de correios, informatização das agências, implementação de uma nova rede postal noturna, a renovação do sistema de transportes e um programa de investimentos.
"Na remecanização e na nova plataforma computacional todas as concorrências praticamente acabaram, e o sistema de transportes tem contratos renegociados. Investiremos R$ 2 bilhões na empresa até 99", afirmou o ministro.
Anatel
Motta prevê ainda que, com uma nova regulamentação para o setor de correios e telégrafos, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) -responsável pela regulamentação e fiscalização após a privatização- seria transformada em uma agência nacional de comunicações.
"Foi sobre isso, aliás, que o presidente falou (quando mencionou que alguns ministérios poderiam ser extintos). Com agências fortes, os ministérios praticamente acabam. Eles vão se voltar só para grandes linhas de política."
Na avaliação do ministro, haveria um ministério "coordenador de infra-estrutura muito pequeno", responsável pela determinação da política geral. "Esse é o modelo do governo", afirmou.

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