São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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'Guerra' de coreanos em SP mata 1 e fere 5

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma "guerra" entre dois grupos rivais de imigrantes sul-coreanos deixou um homem morto e outros cinco baleados.
O tiroteio aconteceu por volta da 0h30 de ontem, no restaurante coreano Eve, na avenida Dom Pedro 1º, Cambuci (região central de SP).
"A máfia seria formada por 25 a 30 jovens que chegaram há cerca de três meses no Brasil. Em troca de uma suposta proteção, eles estariam extorquindo comerciantes coreanos", afirmou Mesquita, que obteve essas informações com o consulado sul-coreano.
Na noite da última sexta-feira, a suposta máfia jovem teria invadido um karaokê na Consolação (região central) e espancado os donos e clientes do local.
Temendo novas agressões, comerciantes coreanos teriam resolvido se armar para enfrentar os jovens que os extorquiriam.
Ontem de madrugada, cerca de dez comerciantes estavam no restaurante Eve, quando aproximadamente 25 "mafiosos" invadiram o local.
Houve troca de tiros entre os dois grupos. Jung Ill, 29, mesmo usando colete à prova de balas, foi baleado na cabeça e nas pernas e morreu na hora. Ill, segundo a polícia, seria segurança do grupo de comerciantes. Ele tinha o corpo inteiro coberto de tatuagens, inclusive nos órgãos genitais.
Após o tiroteio, os dois grupos fugiram e foram perseguidos pela polícia. Na avenida do Estado, Ipiranga (zona sudeste), quatro coreanos que estavam em um Tipo teriam atirado na direção dos PMs.
Após tiroteio, os quatro se entregaram, todos baleados. A polícia acha que alguns desses quatro foram atingidos no restaurante, já que apresentavam tiros de calibre 12, arma não usada pelos policiais envolvidos no tiroteio.
Os quatro baleados no Tipo são: Myung Soo Kim, 26, Go Eun, Tae Young e Byung Deok Cho, 44.
Ao mesmo tempo, policiais militares foram ao restaurante, onde ainda havia dois coreanos. Houve novo tiroteio, em que Kim Soo Young foi baleado.
O gerente da casa, Chan Wan Hyun, 56, que teria atirado cinco vezes nos policiais, entregou-se.
Os cinco baleados não correm risco. Todos eles, além de Hyun, foram indiciados pela polícia.
Imigrantes coreanos afirmaram à polícia que os baleados pertencem ao grupo dos comerciantes.
Os "mafiosos" teriam conseguido fugir. Apenas um deles, não-identificado, foi preso ontem à tarde, quando foi à delegacia tentar recuperar seu carro.

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