São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Provão avalia experiência de professores

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse ontem que o governo quer incluir na avaliação dos cursos superiores a análise da experiência profissional dos professores fora da universidade, em suas áreas específicas.
Atualmente, já é avaliada a qualificação acadêmica (cursos de pós-graduação) dos docentes.
Mas, segundo Souza, "muitas vezes o professor não tem formação acadêmica completa mas tem boa experiência profissional e é bom professor".
"Um arquiteto que tenha dez anos de experiência, por exemplo, deve ser um bom professor de arquitetura, se tiver boa didática", afirmou. "Ou um engenheiro que tenha trabalhado durante 15 anos em grandes obras."
Souza disse que as faculdades deverão encaminhar ao Ministério da Educação os dados profissionais dos seus professores, além de serem obrigadas a torná-los públicos uma vez por ano, quando abrirem inscrições para seus vestibulares.
A inclusão desse novo item de avaliação pode ocorrer ainda este ano. "O ministério já está pedindo às faculdades as informações sobre a qualificação profissional dos docentes e espera as respostas para avaliação", disse Souza.
Atualmente, para avaliar os cursos superiores em algumas áreas, são feitos, além da análise da qualificação acadêmica e da carga horária dos professores, o Exame Nacional de Cursos (provão) e avaliações de bibliotecas e laboratórios.
O ministro descartou a possibilidade de haver um provão para os professores, mas considerou positivas as experiências de algumas faculdades, que dão oportunidade aos estudantes de avaliarem os cursos e os docentes.
"Fizemos um pouco disso no ano passado, nos questionários", afirmou. "Vimos que os alunos acham que os professores, em geral, têm bom conhecimento da matéria, mas não têm assiduidade, têm problemas de pontualidade."
Souza disse também que, para evitar que cursinhos promovidos pelas faculdades distorçam os resultados do provão, os exames serão muito mudados a cada ano.
O objetivo, segundo ele, é evitar que haja um padrão que facilite a preparação dos alunos, como ocorre nos pré-vestibulares. O ministro disse ainda considerar muito difícil que esse tipo de iniciativa das faculdades dê resultado.
"O exame contém tanto perguntas objetivas como dissertativas", disse. "A matéria é muito mais ampla (que a do 2º grau), é matéria de três, quatro, cinco anos de faculdade e não acredito que possa haver uma especialização."

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