São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Promotoria apura abuso em aumento

Passagem em SP sobe mais que inflação

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Marco Antonio Zanellato, da Promotoria de Defesa do Consumidor, abriu inquérito ontem para investigar se houve abuso no aumento da tarifa do metrô em São Paulo.
Zanellato envia hoje à Companhia do Metropolitano, que administra o metrô, ofício dando prazo de 48 horas para que a empresa forneça as planilhas de custo que embasam o aumento anunciado nesta semana e que entra em vigor no domingo.
Caso encontre, na análise das planilhas, desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor, o promotor deverá ingressar com uma ação civil pública na Justiça.
O aumento da tarifa chegou, no caso do bilhete unitário, a 25% (subiu de R$ 1,00 para R$ 1,25). O bilhete múltiplo de 10 subiu 11,1% (de R$ 9,00 para R$ 10,00), e o múltiplo de 2 não subiu.
Todos os aumentos anunciados ficaram acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Pelo índice da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), a inflação entre maio de 96 e maio de 97 foi de 7,07%.
O aumento da tarifa do metrô supera também o reajuste salarial dado pelo governo do Estado aos metroviários (operadores, seguranças e funcionários do setor de manutenção) no mês passado. A categoria recebeu 9% de aumento.
No ano passado, a tarifa do metrô já havia sofrido aumento superior à inflação. A passagem tinha aumentado 25%, quase seis pontos percentuais acima da inflação, que, entre junho de 1995 e junho de 1996, tinha sido de 19,29%.
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, justificou o aumento do unitário como um incentivo para que as pessoas comprem mais passagens de uma vez.
Disse ainda que a secretaria já tentou dar vantagem para o comprador do bilhete múltiplo de 10, mas não houve procura.
O metrô paulistano, com 43,6 quilômetros, transporta hoje cerca de 2,5 milhões de passageiros por dia, segundo a assessoria de imprensa da empresa.

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