São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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'Bibi' pode cair em breve, diz ministro

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do primeiro-ministro de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, pode cair na próxima semana, disse o ministro do Turismo do país, Moshe Katsav. Netanyahu negou os rumores.
"Hoje, a situação é que qualquer abalo em um partido que faça parte da coalizão pode derrubar o governo", afirmou Katsav.
Segundo o ministro, "devido às declarações de parceiros na coalizão, como as de Natan Sharansky, cresce a preocupação com a instabilidade do governo e a possibilidade de que ele caia na próxima moção de desconfiança".
Sharansky, líder do partido Yisrael Ba-Aliya (oito cadeiras no Parlamento), disse anteontem que seu partido está com "um pé para fora do governo". Além de Sharansky, pode sair do governo o partido Terceira Via, que tem três deputados.
Atualmente, dos 120 deputados do Knesset (Parlamento), 66 pertencem a partidos da base do governo. As duas deserções significariam a queda do premiê.
Em Israel, o premiê, apesar de eleito diretamente (desde o ano passado), cai com o gabinete caso a desconfiança seja aprovada. Uma votação desse tipo foi convocada para a próxima terça-feira.
A crise, mais uma na conturbada "era" Netanyahu, foi agravada pela renúncia anteontem do ministro das Finanças do país, Dan Meridor. Adversário do premiê no Likud, Meridor se demitiu após a aprovação de uma reforma monetária à qual ele se opunha. Ele acusou Netanyahu de querer expulsá-lo com a reforma monetária.
Membros do partido de Sharansky haviam criticado o premiê pela não-adoção de medidas sugeridas por seu líder e por Meridor para um melhor funcionamento do governo. Mas eles deram a entender que o apoio do Yisrael Ba-Aliya não está perdido -basta que Netanyahu acolha as medidas e observe os acordos da coalizão.
O premiê afastou a possibilidade de não estar no poder a partir da próxima terça. "Acredito que a coalizão continuará estável."
Netanyahu já enfrentou diversas crises desde que assumiu o poder na metade de 1996. Na mais grave, a polícia de Israel aconselhou a acusação formal do premiê por sua participação em um caso de tráfico de influência. A promotoria não acatou o parecer da polícia.
Outra crise enfrentada pelo premiê refere-se ao processo de paz com os palestinos. As negociações estão paralisadas e a tensão entre as partes cresce.
Ontem, pelo sexto dia consecutivo, palestinos atiraram pedras contra policiais israelenses em Hebron e foram repreendidos com balas de borracha. Três palestinos foram feridos. Ao sul da faixa de Gaza, um palestino foi ferido.

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