São Paulo, sábado, 21 de junho de 1997
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Telebrás devolve R$ 1.117 a assinante

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Quem comprou telefone pelos planos de expansão das estatais e quitou as prestações no ano passado não receberá o valor do autofinanciamento (R$ 1.117,63) em ações da Telebrás, como previam os contratos.
A devolução será feita em dinheiro, segundo disse ontem à Folha o presidente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira.
A empresa informou que os assinantes receberão, em espécie, o mesmo valor que desembolsaram, ou seja, os R$ 1.117,63. A Telebrás tomou a decisão amparada na Lei das Sociedades Anônimas.
O pagamento será feito pelas telefônicas em cada Estado durante os meses de julho e agosto. Segundo a Telebrás, os assinantes não devem procurar as empresas para se informar sobre data e local do pagamento, porque haverá ampla campanha de divulgação.
A empresa informou que apenas os assinantes que quitaram o plano de expansão no ano passado receberão o pagamento. Os que pagaram nos anos anteriores já receberam ações. Os que ainda estão pagando as prestações receberão a devolução no ano seguinte à quitação do plano.
Para fazer a devolução em dinheiro, a Telebrás fez primeiro um aumento de capital, ou seja, emitiu ações. A União, como acionista controladora, exerceu seu direito de subscrever as ações.
Em seguida, a Telebrás fez um acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): a BNDESPar, subsidiária do banco, comprou as ações que seriam distribuídas aos assinantes por R$ 1,7 bilhão. O dinheiro será repassado às teles para que elas façam a distribuição.
Medo de insatisfação
No próximo dia 30, haverá assembléia geral extraordinária dos acionistas da Telebrás para homologar o aumento de capital realizado pela empresa. A partir da realização da assembléia, as estatais terão 60 dias para fazer o pagamento aos assinantes.
A devolução em dinheiro, em vez de ações, faz parte dos preparativos para a privatização das telefônicas estatais. Como o BNDES é um órgão do governo, as ações continuam em poder da União para valorizar o patrimônio que será privatizado.
Segundo a Telebrás, o passo seguinte será a abertura do capital das subsidiárias que ainda não têm ações em Bolsa para dar transparência às empresas.
No mês passado, a Telebrás havia divulgado um comunicado oficial declarando que os assinantes que quitaram os planos de autofinanciamento em 96 receberiam ações das teles estaduais e não mais da empresa-mãe, a Telebrás, como nos anos anteriores.
Há, entre as telefônicas estatais, o receio de que os assinantes fiquem insatisfeitos com o pagamento em dinheiro e descarreguem nelas o descontentamento.
As ações da Telebrás estão entre as de maior alta nas Bolsas. De janeiro até agora, as ações preferenciais subiram 95,5% na Bolsa do Rio. A tendência é de alta.

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