São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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Mudança no perfil é internacional

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A mudança no perfil do profissional acadêmico e a sua consequente insatisfação é internacional -e não apenas brasileira-, revela o livro da Fundação Carnegie.
"Expansão continuada e recursos cada vez mais restritos têm caracterizado o cenário acadêmico em praticamente todos os países", concluem os autores do texto que compara os resultados dos 14 países que participaram da pesquisa.
"De fato, se houvesse mais dinheiro e recursos disponíveis e se os administradores acadêmicos não tivessem que dizer não com tanta frequência, haveria menos criticismo em torno da forma como a educação superior é administrada", acrescentam Albach e Lewis, na conclusão.
A conclusão do texto brasileiro tem tom semelhante: "A profissão acadêmica no Brasil está passando por um período difícil, e é duvidoso se, com a disposição atual, será possível encontrar uma solução satisfatória".
Simon Schwartzman e Elizabeth Balbachevsky, do Nupes, assinalam que a expectativa, em geral, é que a maioria que não se encaixa no perfil do profissional acadêmico tradicional venha a conseguir isso no futuro.
Mas a realidade, dizem, aponta em outra direção: "Na verdade, a educação superior está se diversificando em todas as partes."
Política do MEC
Não é por acaso que as políticas dos atuais gestores do Ministério da Educação vão nessa direção.
O Nupes (Núcleo de Pesquisas sobre o Ensino Superior da USP), que realizou a parte brasileira do livro, é uma espécie de mentor intelectual dessas políticas.
A atual secretária de Política Educacional do MEC, Eunice Durham, é fundadora do Nupes.
Toda a legislação proposta pelo MEC para a área -da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação à emenda constitucional sobre autonomia universitária- aponta na direção da diversificação da profissão acadêmica -com alguns fazendo pesquisa na pós-graduação e outros só ensinando.
(FR)

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