São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Personal trainer" surge com força total

LIA REGINA ABBUD
DA REPORTAGEM LOCAL

O "personal trainer" (professor particular de ginástica) não fica só correndo ao lado do aluno ou contando o número de abdominais e flexões de braço para motivá-lo.
Esse novo profissional, geralmente graduado em educação física ou esportes, começa a invadir as academias de ginástica, casas, ruas e parques com força total.
A especialização é rentável: enquanto o "personal trainer" cobra entre R$ 40 e R$ 60 por hora, professores de aeróbica em academias ganham R$ 20 e os de musculação, entre R$ 5 e R$ 10 por hora.
O trabalho é técnico: vai do histórico clínico e esportivo do aluno a exames -como eletrocardiograma, glicemia (taxa de açúcar no sangue), teste ergométrico e de lactato (medição do esforço ideal para o treinamento).
A partir desses dados, é feito um programa, que deve ser seguido semanalmente, sob supervisão.
"O 'personal trainer' organiza a vida desportiva do aluno", afirma Paulo Reis, 33, diretor técnico da assessoria esportiva que leva seu nome. Ele cuida, com outros cinco profissionais, de 150 clientes.
"Na aula individual, o aluno só recebe atividades de acordo com as necessidades dele." O "personal trainer" não trabalha só com amadores. "Boa parte dos clientes são corredores e ciclistas que querem treinos específicos e acompanhamento direto nos torneios."
Marcelo de Carvalho Butenas, 30, "personal trainer" e técnico de triatlo do Club Atlhético Paulistano (SP) e da Fórmula Academia (SP), afirma que essa grande procura acontece por três motivos.
Em primeiro lugar, isso se dá pela crescente preocupação dos brasileiros com a saúde e, consequentemente, com atividades físicas.
A dificuldade de locomoção nas grandes cidades e a falta de especificidade das aulas conjuntas em academias também são fatores que aumentam a clientela deles.
Para Butenas, o melhor caminho para se estabelecer como "personal trainer" são as academias de ginástica. "As pessoas ficam conhecendo melhor o seu trabalho."
O "personal trainer" Aulus Sellmer, 34, sócio da BPM (Batimentos por Minuto), afirma que é importante manter-se sincronizado com as tendências internacionais: "É preciso trazer as inovações".
Rogério Turini, 25, que trabalha na área de educação física há oito anos, diz que, apesar de o "personal trainer" ganhar até três vezes mais, a carreira é muito instável.
"O professor depende só dos alunos. E não existe registro em carteira nem benefícios."
Rogério chegou a contar com dez alunos particulares, mas diz que não tem o perfil: "Prefiro estar à frente de grandes grupos. Faz bem para o ego e é bem mais animado".

Texto Anterior: Filiação e documentação são dispensáveis
Próximo Texto: Treinadora modela o corpo dos vips de SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.