São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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País sofre com atraso tecnológico

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários e pesquisadores defendem com veemência a disseminação do hábito de construir casas de madeira no Brasil.
Márcio de Almeida, da Casema, lembra que 70% das casas construídas nos EUA são de madeira.
"É incongruente o Brasil importar material de construção e não utilizar madeira para fazer moradias, principalmente nos Estados dos Norte", diz Vera Fernandes Hachich, 35, pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão ligado à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
Em decorrência da falta de mercado, boa parte da indústria também ficou para trás.
"O brasileiro desaprendeu a construir com madeira", diz Pedro Afonso de Oliveira Almeida, 35, professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), mestre e doutor no assunto. "Por isso, a indústria do cimento evoluiu, e a da madeira não."
Para ele, a qualidade da casa pré-fabricada depende do projeto. "A concepção é diferente. A madeira, por exemplo, não deve ter contato direto com o solo."
Um dos reflexos dessa situação é a falta de profissionais aptos a trabalhar com o produto. "As faculdades de engenharia não ensinam o trabalho com madeira", afirma.
Segundo ele, as empresas brasileiras reagiram de duas formas a essa situação: enquanto algumas foram ao exterior buscar tecnologia, e conseguiram se manter competitivas, outras ficaram estagnadas e perderam mercado.

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