São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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Canudos vira parque

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Canudos, a cidade rebelde no interior da Bahia destruída por uma campanha militar em 1897, está lutando agora para tentar resgatar parte importante de seu próprio passado -o que materialmente resta dele. Faz cem anos que a epopéia do beato Antônio Conselheiro e seus jagunços é incansavelmente debatida por historiadores, sociólogos e curiosos de todo tipo, brasileiros e estrangeiros.
Agora é a vez da arqueologia histórica participar do debate, resgatando a "cultura material" dos habitantes do arraial e das tropas do Exército que o destruíram.
O estudo arqueológico de Canudos ganhou um novo alento com a inauguração do Parque Estadual de Canudos, administrado pela Uneb (Universidade do Estado da Bahia), no último dia 13. Mas as condições do próprio parque exemplificam os desafios que a pesquisa científica terá pela frente.
Como que simbolizando a terra arrasada em que se transformou Canudos, a mais imponente construção no recém inaugurado parque ainda é o seu pórtico de entrada, um arco de pedra sobre a estrada de terra que penetra em sua área de 18 quilômetros quadrados.
Até outubro, quando se relembra o centenário da queda do arraial, deverá estar pronto um centro de acolhida ao turista. As principais ruínas de Canudos estão debaixo d'água. A Canudos atual é a terceira cidade com esse nome. A de Conselheiro foi destruída. A que foi reconstruída foi inundada pelo açude Cocorobó em 1968.

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