São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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CNA critica o plano de safra

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos 50% dos produtores que optaram pela securitização devem ficar fora do crédito rural na próxima safra.
A estimativa é de Antonio Donizeti Beraldo, chefe do departamento técnico da CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
"Esses produtores não têm como oferecer as garantias exigidas pelos bancos para a concessão dos empréstimos. A maioria ficou comprometida com a securitização no ano passado", afirma.
Beraldo também diz que o governo não discriminou as fontes dos recursos do plano de safra, como ocorreu no ano passado.
"Se as fontes fossem mencionadas pelo governo, teríamos mais confiança e tranquilidade de que os recursos chegarão aos agricultores. Além disso, nem todo o dinheiro será emprestado a juros de 9,5% ao ano", afirma ele.
O chefe do departamento técnico da CNA diz que a entidade supõe que os recursos serão oriundos da exigibilidade bancária (25% do volume dos depósitos à vista dos bancos) e também da "63 caipira", como é chamada a resolução do Banco Central que permite a captação de recursos externos destinados aos financiamentos rurais.
Soja
Rui Polidoro Pinto, presidente da Fecotrigo (Federação das Cooperativas de Trigo e Soja), do Rio Grande do Sul, diz que não entendeu o motivo da exclusão do Estado das regiões que terão acesso a financiamentos de até R$ 100 mil para produtores de soja.
"Caso todo o dinheiro anunciado saia no prazo adequado, sem muita burocracia, teremos condições de plantar no mínimo a mesma área de soja da safra passada", afirma o presidente da Fecotrigo.
Produtores de soja dos Estados do Centro-Oeste e do Norte terão disponíveis financiamentos de até R$ 100 mil para a safra 97/98.
Na safra passada, o limite de financiamento para os produtores de soja foi de R$ 30 mil.
O preço mínimo da soja teve um aumento médio superior a 6%. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto MT) houve um aumento de 6,96%, passando para R$ 9,50 a saca de 60 kg.

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