São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Participantes defendem reforma política

DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma política ocupou lugar de destaque nas exposições do "Fórum das Reformas" e foi considerada fundamental por economistas e parlamentares.
O deputado federal Delfim Netto a classificou de "a reforma das reformas", sem a qual todas as outras mudanças são dificultadas.
O ponto central, em sua opinião, é a dificuldade de vinculação do parlamentar com seu eleitor, o que poderia ser resolvido pelo voto distrital.
"O cidadão que foi eleito por um distrito do tamanho de São Paulo não sabe onde estão seus eleitores", afirmou. Com isso, deixa de votar temas que prejudiquem determinados grupos, com receio de perder seus votos -ainda que sejam insignificantes.
Delfim defendeu também a fidelidade partidária, o parlamentarismo e a regra de barreira, pela qual só têm representantes no Congresso partidos que conseguem número mínimo de votos.
O voto distrital, na opinião do deputado, daria "racionalidade" ao processo legislativo, na medida em que vincularia o parlamentar aos interesses de um grupo definido de eleitores.
O senador José Serra concordou com a necessidade de reformas políticas, mas afirmou que temas como o voto distrital jamais seriam aprovados para a eleição imediatamente seguinte. Isso porque os parlamentares não mudariam as regras para sua própria eleição no meio do caminho.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), apontou outra dificuldade: o voto distrital evidenciaria o desequilíbrio na representação entre os Estados.
O economista Eduardo Gianetti da Fonseca afirmou que a reforma política é "fundamental".
O fórum também serviu para que o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, apresentasse pesquisa da Fipe sobre o custo da não aprovação de reformas constitucionais.
O estudo, encomendado pela Fiesp, se baseou nas propostas que empresários consideram ideais.

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