São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997 |
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Maluf e Santos discutem eleição
CARLOS EDUARDO ALVES; LUCIANA BENATTI
Maluf e Santos encontraram-se ontem de manhã na casa do pepebista. Foi o terceiro encontro dos dois em duas semanas. Há cerca de duas semanas, encontraram-se em Barueri (região metropolitana). Na última quinta-feira, jantaram em São Paulo. Oficialmente, o café da manhã de ontem serviu para um mapeamento do esforço conjunto para aprovar a reforma administrativa. Mas a sucessão paulista foi o tema principal. "A candidatura do Maluf é fortíssima e, se a eleição ocorresse hoje, ele ganharia disparado", disse Santos. O ministro é um dos peemedebistas de São Paulo rompidos com o ex-governador Orestes Quércia, possível candidato do partido ao Palácio dos Bandeirantes. Santos e outros deputados que não aceitam a hegemonia quercista no PMDB estadual examinam a possibilidade de trocar de partido, já que Quércia está ameaçando nos bastidores negar legenda para seus adversários internos. Opções Um dos possíveis caminhos de Santos é o PFL, que caminha para o braço malufista. Mais remota, mas ainda não descartada, é a possibilidade de o ministro aderir ao PPB. "O PMDB está muito regionalizado", afirmou Santos ao comentar a chance de o PMDB ficar com Mário Covas (PSDB) ou Maluf na sucessão paulista. Ou seja, o ministro acha que o diretório paulista tende a bancar a liderança de Quércia e, assim, descartar coligação em 98. Ao conversar frequentemente com Santos, Maluf tenta, além de se aproximar de um setor expressivo do PMDB de São Paulo, reforçar a versão sobre uma possível neutralidade do presidente Fernando Henrique Cardoso na eleição estadual de 98. Santos, afinal, é pelo menos formalmente encarregado da articulação política do governo FHC. A Maluf interessa, agora, alimentar que sua provável candidatura extrapola o PPB e não ameaça o governo federal. Reforma Em entrevista depois do café da manhã, Maluf se recusou a responder perguntas sobre eleição. Preferiu lamentar que a reforma administrativa não tenha sido votada na última quarta-feira. O ex-prefeito declarou que, se a reforma não for votada nesta semana, "por causa do São João", deve ser na próxima. "Nós vamos fazer um esforço concentrado para, junto com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Luiz Carlos Santos e eu, ajudar a tentar criar uma modernidade inclusive na legislação concernente ao funcionalismo público", disse Maluf. "O doutor Paulo Maluf desenvolveu um esforço muito grande no sentido de buscar apoio à votação da reforma admininistrativa. Eu vim conversar com ele isso", devolveu o ministro. Na troca de gentilezas, o ministro acrescentou que o apoio de Maluf pode ser decisivo na votação da reforma administrativa. Maluf, passando por cima das críticas que fez ao governo durante o processo de discussão da emenda da reeleição, afirmou que ele e o presidente da República sempre se respeitaram. Texto Anterior: Governistas já 'trombam' em 11 Estados Próximo Texto: PFL paulista reclama atenção de Covas Índice |
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