São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Qualidade do ar piora em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O rodízio de veículos antipoluição da Grande São Paulo começou com obediência alta entre os automóveis, mas baixa entre os caminhões. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, 90,6% dos carros respeitaram o rodízio. Entre os caminhões, o índice caiu para 53,8%.
A secretaria não divulgou o número de carros ou caminhões multados no primeiro dia da operação.
O trânsito, como era de se esperar, reagiu bem à operação, que restringiu a circulação de cerca de 600 mil veículos nas dez cidades envolvidas no rodízio.
Na capital, o pico de congestionamento da manhã caiu de 59 quilômetros, na segunda-feira anterior, para 53 quilômetros ontem. Entre 13 e 14h, houve apenas 1 quilômetro de congestionamento, nível só registrado nas férias.
A poluição, motivo principal da realização do rodízio, no entanto, aumentou. Ontem, das 22 estações da Cetesb que medem a qualidade do ar, 5 registaram boas condições. Na segunda passada, 15 estações haviam registrado boas condições. Os poluentes que determinaram a piora no ar são gerados especialmente por veículos diesel, como caminhões.
Os táxis não deram descontos nas corridas, ao contrário do que se cogitou na semana passada. Segundo os taxistas, o movimento de passageiros não cresceu. Perueiros também afirmaram não ter transportado mais passageiros.
Houve pouca fiscalização. Muitos fiscais não sabiam em que condições podiam multar, sobretudo no caso dos caminhões, grandes poluidores e uma das principais novidades do rodízio deste ano, pois tinham ficado de fora no ano passado.
Em princípio, todos os caminhões estão proibidos de circular uma vez por semana na área do rodízio -com exceção dos que carregam cargas perecíveis e dos que trafeguem pelo chamado corredor de exclusão, vias liberadas apenas para os caminhões com carga de origem e destino fora da área do rodízio. O problema é que para checar a origem da carga é preciso parar o caminhão antes de multá-lo, uma tarefa complicada.

LEIA MAIS sobre o rodízio nas págs. 3-3 a 3-5

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