São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Tríplice está em falta novamente em SP

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A vacina tríplice voltou a faltar na maioria dos postos da capital de São Paulo dois dias depois do início da campanha de vacinação promovida pela Secretaria de Estado da Saúde.
A informação é do próprio Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), responsável pela organização da campanha de vacinação, que estará acontecendo até o próximo sábado em todo o Estado.
"Pode ser que tenhamos subestimado o número de crianças que estavam com a vacina atrasada, mas o mais provável é que alguns funcionários tenham aplicado as doses de reforço, ao contrário da recomendação dada pela secretaria", disse o diretor do CVE, Julio Cesar de Magalhães Alves.
A orientação dada aos postos de saúde era que não vacinassem crianças que precisassem da dose de reforço da tríplice, que deve ser aplicada aos 18 meses e aos 5 anos de idade. A prioridade da campanha era atualizar a carteira de vacinação. Apenas as três doses básicas deveriam ter sido aplicadas no sábado, por causa da pouca quantidade de vacina disponível.
Segundo o diretor do CVE, nos postos do interior do Estado, a tríplice (contra difteria, coqueluche e tétano) ainda pode ser encontrada.
A previsão da Secretaria da Saúde é que a distribuição da vacina esteja regularizada a partir da segunda quinzena de julho. Esse é o prazo em que devem chegar ao Estado novos lotes da vacina enviados pelo Ministério da Saúde.
A tríplice está em falta nos postos de saúde de todo o país desde agosto do ano passado. O Estado de São Paulo tem 1,5 milhão de doses da vacina retidas pelo controle de qualidade do Ministério da Saúde. Para essa campanha, foram importadas pelo ministério 800 mil doses da Itália e do Canadá.
O diretor do CVE afirma que a principal preocupação da campanha é a vacinação contra o sarampo, que também estará sendo feita até o dia 28. O Estado vive um surto da doença desde o final de 1996.
Durante a campanha de sábado, em vários postos a tríplice acabou antes do final do dia.
Reações
Até domingo, foram atendidas nos postos do PAS (Plano de Atendimento à Saúde, da Prefeitura de São Paulo) pelo menos 32 crianças com algum tipo de reação alérgica à vacinação, como febre, vômitos e irritação na pele.
Segundo os médicos desses hospitais, nenhum caso foi considerado grave, embora uma criança de oito meses tenha sido internada, no sábado, no Hospital Municipal do Campo Limpo (zona sul de SP).
O bebê ficou em observação por ter apresentado febre e vômitos decorrentes de reação à vacina. Ele teve alta no domingo mesmo.
As outras crianças, segundo os médicos, foram medicadas e liberadas no mesmo dia.
Embora não tenha ainda dados precisos sobre a quantidade de crianças que apresentaram algum tipo de reação alérgica à vacina, os técnicos do CVE consideraram esse número abaixo da previsão.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, o balanço sobre a campanha de vacinação só deve ser divulgado amanhã.

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