São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 1997
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Hashimoto faz Bolsa de NY recuar 2,5%

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma declaração do primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, durante sua visita aos EUA, fez um estrago no otimismo dos investidores norte-americanos e derrubou o índice Dow Jones em 2,5%, ou 192 pontos.
Foi a segunda maior queda do Dow Jones, em número de pontos, registrada em um único dia. Perde apenas para o último "crash" de Wall Street, de outubro de 87, quando o índice caiu 508 pontos.
O mercado recebeu mal as declarações do primeiro-ministro Hashimoto, que afirmou que o Japão pode ter de vender títulos do governo norte-americano para recompor suas reservas em ouro.
Como o Japão é um dos grandes compradores desse mercado, o resultado foi uma queda dos preços desses títulos (respondendo à expectativa de aumento da oferta), com a alta dos rendimentos pagos, que subiram de 6,65% ao ano para 6,70%, no final do dia.
"Esperamos que os EUA cooperem para a estabilidade do mercado de câmbio para não sucumbirmos à tentação de ter de vender títulos para comprar ouro", afirmou o primeiro-ministro.
Como o mercado já operava em baixa, a declaração foi o que faltava para as cotações desabarem, puxadas pelos investidores interessados em realizar lucros, depois da alta de cerca de 5% neste mês.
Bovespa
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o mercado preferiu ignorar o pessimismo que baixou em Wall Street. No final do dia, o Ibovespa fechou com valorização de 0,97%, em 12.238 pontos.
O movimento financeiro, no entanto, não foi dos melhores, com o volume total ficando em R$ 786 milhões.
Telebrás PN também não teve um bom dia, ficando bem abaixo do desempenho do Ibovespa, com alta de 0,3%, fechando a R$ 156,30, e baixo volume de negócios.
No caso, dois problemas tiraram o gás do principal papel do mercado. De um lado, o fato de Telebrás ter subido muito nos últimos tempos, o que faz alguns investidores começarem a ter dúvidas sobre as perspectivas do papel.
Por outro lado, a informação de que a holding de telecomunicações deve cortar R$ 1,5 bilhão dos investimentos deste ano. O corte deve afetar os programas de melhoria e modernização da rede.

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