São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pitta só recorre na próxima semana

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), deve recorrer apenas na próxima semana contra a decisão judicial que determinou o bloqueio dos seus bens.
A informação foi dada ontem pelo advogado do prefeito, Francisco Assis Toledo. "Ainda estamos fazendo o levantamento da jurisprudência para fundamentar o recurso", afirmou Toledo.
Ontem, Pitta disse que confia na Justiça e que espera a suspensão da indisponibilidade de seus bens.
O bloqueio foi determinado quarta-feira pelo juiz da 12ª Vara da Fazenda Pública, Pedro Maríngolo. A medida também atingiu o ex-coordenador da Dívida Pública do município Wagner Ramos e 15 instituições financeiras.
Todos são acusados de terem provocado prejuízo de R$ 10,7 milhões aos cofres da prefeitura com operações de compra e venda de títulos municipais entre 1994 e 96.
"Morte súbita"
O bloqueio determinado pela Justiça inclui imóveis, telefones, carros e contas bancárias.
"É uma morte civil súbita. A pessoa se torna um mendigo da noite para o dia", afirmou Carlos Ari Sundfeld, professor de direito administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O primeiro passo para o bloqueio é a emissão, pela Justiça, de ofícios a uma série de órgãos informando que os bens dos acusados na ação estão indisponíveis.
Os ofícios são encaminhados ao Banco Central, à Telesp, ao Detran e a cartórios de Registro de Imóveis. Neles, a Justiça determina a adoção de providências para que os bens não sejam negociados.
No caso de contas, o Banco Central informa toda a rede bancária do país de que o dono de determinado CPF está com os bens bloqueados. Imediatamente, o atingido fica impedido de sacar recursos de suas contas.
Para sobreviver, o acusado tem de requerer ao juiz autorização para sacar recursos de suas contas de acordo com suas necessidades.

Texto Anterior: Kleinubing quer afastar infiéis
Próximo Texto: Vetor será investigado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.