São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
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Rodízio 97 tropeça em novidades

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira semana do rodízio antipoluição da Grande São Paulo revelou que algumas apostas da operação não deram certo ou, pelo menos, precisam de bom ajuste para gerar os resultados desejados.
O programa como um todo "está indo bem", na avaliação do secretário Fábio Feldmann (Meio Ambiente) e nos índices de obediência -pelo menos no dos carros, que bateu o recorde dos três anos de operação ontem, com 97%. Um sucesso? "Ainda é cedo para dizer", diz Feldmann.
Mas aspectos secundários, que prometiam fazer a diferença na operação deste ano, fazem água. Um exemplo é o desconto prometido pelos taxistas, que abateriam R$ 2 por corrida.
É praticamente impossível encontrar nas ruas de São Paulo um táxi com o adesivo indicando desconto, apesar de os motoristas de frota terem firmado protocolo de intenções com o Estado.
Se há algo positivo nisso é o fato de os motoristas autônomos, cujo sindicato se manifestou contrário ao desconto, nem precisar depredar táxis para impedir a concorrência no preço.
Os caminhões, principal novidade em termos de participação no programa de 97, se mostraram de difícil controle. "É difícil, é complexo", afirma o secretário Feldmann cada vez que é confrontado com as estatísticas de obediência entre os caminhões.
Com o resultado de ontem, de 78,5% de respeito, os caminhões fecharam a semana com uma média bem inferior à dos carros -75% contra 95,4%.
A fiscalização também deixou a desejar. A própria Secretaria do Meio Ambiente admite que há problemas de informação com os fiscais e promove, na manhã de hoje, um curso de reciclagem.
Ontem, já foi adotado esquema de reforço, com mutirões de funcionários da Cetesb (agência ambiental paulista) -incluindo o presidente e diretores- indo para as ruas multar.
O nível diário de autuações nos primeiros quatro dias da operação ficou próximo de 6.000, muito menor que o do início do rodízio 96 e até da média de toda a operação do ano passado.
Boas notícias
A primeira semana também trouxe algumas boas notícias. A principal é mesmo o nível de obediência à operação, elevado em comparação com o ano passado e que resiste à tentação representada pela fiscalização esparsa. "O paulistano está se acostumando ao rodízio", comemora Feldmann.
Também a novidade dos veículos multadores, que autuam enquanto circulam, deu certo, segundo a Cetesb. Na próxima semana, o número desses carros deve passar de 22 para cerca de 40.

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