São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997 |
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O Universo cresceu
RONALDO ROGÉRIO DE FREITAS MOURÃO
Em fevereiro, o astrônomo Michael Feast, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e Robin Catchpole, da Universidade de Cambridge, Reino Unido, anunciaram que a nova escala das cefeidas (leia texto ao lado), estabelecida a partir dos dados obtidos pelo Hipparcos, fez com que todas as distâncias do Universo aumentassem 10%. O grande mérito desses astrônomos foi ter descoberto que a escala usada para medir as distâncias do Universo estava erroneamente determinada. Medidas realizadas com o Hipparcos mostraram que as estrelas variáveis cefeidas -base dessa escala- são mais luminosas e mais distantes do que se havia imaginado anteriormente. As estrelas cefeidas Desde 1912, os astrônomos usam as estrelas cefeidas, cuja luminosidade está associada ao período de variação do seu brilho, como escala para medir as distâncias no Cosmo. Determinando o período da curva de luz dessas estrelas variáveis, era possível conhecer o seu brilho intrínseco. Ora, sabendo a diferença entre a luminosidade intrínseca e a aparente de uma estrela cefeida, era possível deduzir a sua distância. O seu brilho aparente é igual ao brilho intrínseco multiplicado pelo inverso do quadrado da distância da estrela, ou seja, a luz dessas estrelas sofre uma redução em virtude da distância que as separam de nós. Conhecendo o período de variação da curva de luz das cefeidas situadas em outras galáxias, é possível determinar as suas distâncias. Ao corrigir as distâncias das cefeidas, obtidas pelo Hipparcos, os pesquisadores verificaram que as distâncias das galáxias vizinhas também aumentaram. As novas escalas afastaram, por exemplo, a Grande Nuvem de Magalhães da distância de 163 mil anos-luz, aceita anteriormente, para a de 179 mil anos-luz. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, com a velocidade de 300 mil km/s. Texto Anterior: MEDICINA; FÍSICA Próximo Texto: Astrônomo francês idealizou o projeto Índice |
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