São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Policial admite mentira contra Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um dos policiais do Estado de Arkansas, sul dos EUA, encarregados da proteção do então governador Bill Clinton admitiu ter corroborado histórias sobre o atual presidente que ele sabia mentirosas.
Ronald Anderson disse, em depoimento juramentado a que a revista "The New Yorker" teve acesso, ter participado de um plano com outros colegas para tornar públicos casos que envolvessem Clinton em troca de promessas de escrever um livro e de conseguir melhores empregos.
Segundo Anderson, quem fez a oferta foi o advogado Cliff Jackson, um antigo adversário político e pessoal de Clinton em Arkansas. Jackson desmentiu ontem ter feito propostas a Anderson ou a qualquer outro policial de Arkansas.
Assédio sexual
A versão de Anderson está nas edições desta semana das revistas "The New Yorker" e "Time". Segundo ela, o policial deu seu aval a fatos que ou ele não havia presenciado ou que ele sabia não terem acontecido, todos envolvendo atividades sexuais de Clinton.
Um dos colegas de Anderson, Danny Ferguson, foi quem contou a uma revista conservadora ter arranjado para o então governador o encontro com a funcionária pública estadual Paula Jones em 1991.
Jones está processando Clinton por assédio sexual. Ela diz ter tido sua honra ferida quando a entrevista de Ferguson com o seu nome foi publicada. Clinton tentou adiar o processo até o final de seu mandato, mas a Suprema Corte autorizou seu prosseguimento imediato.
Versão contraditória
"The New Yorker" também publica esta semana entrevista com uma ex-colega de Jones, Pamela Hood, que diz ter ouvido dela relato bastante diverso do atual sobre seu encontro com Clinton há seis anos. "Ela estava muito excitada com o encontro, com um entusiasmo borbulhante por ter conversado com o governador."
Segundo o depoimento de Jones à Justiça, Clinton tentou forçá-la a praticar sexo oral quando os dois ficaram a sós num hotel em Little Rock, capital de Arkansas, onde se realizava uma feira comercial.
Jones era recpcionista num estande visitado por Clinton e teria sido convidada por Ferguson a se encontrar com o governador. Clinton nega o incidente e diz não ter lembrança de jamais ter se encontrado com Jones.
Segundo Ferguson, ele e outros policiais que cuidavam da segurança pessoal do governador Clinton também se encarregavam de lhe arrumar encontros com mulheres sem que jornalistas e membros do staff percebessem. (CELS)

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