São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Presidente da CDHU é acusado de usar boletim para promoção

Promotor instaurou inquérito baseado em dossiê de deputado

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar denúncia contra o presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo), Goro Hama, que segundo representação do deputado estadual Renato Simões (PT), usou boletins informativos da empresa para fazer promoção pessoal.
Na representação que fez ao Ministério Público, o deputado cita o número 5 do boletim "Morar", da CDHU. Em oito páginas, o nome de Hama aparece 18 vezes.
Segundo Simões, reportagem da página 6, sobre a viagem de Hama para divulgar o programa habitacional do governo estadual, "tem formato de material eleitoral."
Na reportagem, o nome de Hama aparece dez vezes.
Segundo Simões, a publicidade da CDHU fere o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal, que impede, na divulgação de atos públicos, o aparecimento de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção de autoridades ou servidores públicos.
"O Hama é candidato a deputado federal e a política habitacional do governo estadual é o filão onde está sendo feito seu palanque."
Surpresa
O presidente da CDHU, Goro Hama, disse estar surpreso com a instauração do inquérito.
Hama negou que o boletim tenha fins políticos. "Nunca falei que sou candidato e não sou. Basta as eleições se aproximarem para as pessoas acharem que qualquer coisa tem fins eleitorais."
Segundo Hama, o "Morar" tem 5.000 exemplares e circula para funcionários da companhia, deputados federais e estaduais, secretarias estaduais, prefeituras, câmaras de vereadores e órgãos ligados à habitação.
"O boletim é uma prestação de contas que faço todos os meses. Ele existe para mostrar atos da empresa e não chega às mãos de mutuários. Se quisesse fazer campanha, faria com meu dinheiro."
Segundo Hama, a CDHU já está respondendo aos pedidos de documentos feitos pela promotoria. Hama acredita que não será aberto processo.

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