São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Espetáculo encantou uma geração
IACOV HILLEL
No palco, aquele cenário fantástico de Flávio Império querendo sair da moldura que o enquadrava, uma grande rampa coberta com material espelhado, que vinha do fundo e ainda saía em direção à platéia num formato irregular. No fundo, os músicos, e o mesmo material espelhado subia pelas paredes de trás e pelas laterais, com fendas para as entradas e saídas. Bethânia nesse show se transformou na Rainha dos Raios, que sua música preconizava artista visceral, forte presença cênica; ela soltava a fera, linda, de branco, com vários adereços que trocava durante o espetáculo, conforme exigiam o roteiro e o clima das canções. Desde o começo da temporada, a platéia já cantava junto, anunciando o tamanho do sucesso. Cada canção passou a ser um hino. O espetáculo teve direção primorosa do Fauzi Arap, sensível e poética, misturava as canções com textos de Fernando Pessoa. Extremamente teatral, retirava a cantora de sua prisão diante do microfone estático. Bethânia usava todo o espaço cênico, criava situações dramáticas e, dizendo poemas, encantava toda uma geração. "Rosa dos Ventos" modificou o conceito de show de cantores. Tinha a característica fundamental de exprimir o sentimento de uma época, a emoção de grande parcela da juventude brasileira. Texto Anterior: Cenógrafo ganha mostra Próximo Texto: Miniparabólicas já captam canais de áudio Índice |
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