São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997
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Presidente ignora manifestação

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURVELO

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou um tom de candidato à reeleição no discurso que fez ontem no palanque armado na praça da Estação em Curvelo (MG), onde foi inaugurar o contorno ferroviário da cidade.
Entre a população da cidade, que lotou a praça da Estação para ver o presidente, estavam 52 manifestantes do PT -segundo Geraldo Armando, da executiva municipal do partido, carregando faixas e cartazes contra o governo.
Os manifestantes tentaram atrapalhar os discursos das autoridades com apitos. O presidente Fernando Henrique Cardoso, citando a Maria Fumaça, respondeu: "O único apito que ficou nos meus ouvidos foi o apito do trem. O resto é apito que vem de fora".
FHC se disse satisfeito com a recepção que teve em Curvelo, cuja prefeitura decretou feriado para receber o presidente.
O presidente declarou que Curvelo estava no seu coração -depois de o governador Azeredo ter lembrado que na eleição presidencial FHC teve 78% dos votos- e que saía dali para Brasília "com as energias redobradas".
"Vi as pessoas aqui me chamarem não de presidente, mas de Fernando, como forma de carinho. Volto para Brasília e vou fazer ainda mais pelo Brasil. O Brasil precisa", disse o presidente.
FHC usou os dizeres da bandeira mineira ("Libertas Quae Será Tamén") para expressar o seu sentimento pelo futuro. "Direi: Liberdade ainda que tardia. Continuemos com ela, para sempre, pelo Brasil", declarou.
Vagão presidencial
O presidente inaugurou o contorno ferroviário passeando de Maria Fumaça, que puxou cinco carros, sendo um deles -aquele usado por FHC- o vagão presidencial que transportou o presidente Getúlio Vargas do Rio Grande do Sul para São Paulo, durante a Revolução de 1930.
O presidente ganhou um quepe de maquinista. Durante os quatro quilômetros e meio de percurso de trem, ele acenou e mandou beijos para as pessoas que aguardavam a sua passagem.
No palanque da praça, o presidente empunhou o braço de Azeredo e declarou seu apoio integral ao governador Eduardo Azeredo (PSDB), numa referência indireta à atitude do governador, que concedeu aumento à Polícia Militar após a rebelião ocorrida no mês passado.

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