São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997
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Recepção fundamentalista

Dono da rede de ensino Anglo, Ney Suassuna (hoje senador do PMDB da Paraíba) decidiu em 1984 abrir uma escola no Iraque, para atender aos funcionários brasileiros da Braspetro, que à época fazia prospecção de petróleo na região de Basra.
O que Suassuna não imaginou é que as diferenças culturais entre os dois países fossem causar um incidente no desembarque do professor de matemática, um engenheiro baiano.
Quando revistaram a bagagem, os soldados iraquianos viram uma coleção de discos de Luiz Gonzaga. A capa de um disco trazia o rei do baião com seu tradicional chapéu de couro.
Os iraquianos, muçulmanos, ficaram indignados com um detalhe do chapéu, a estrela de seis pontas (que também é um símbolo judeu). E quebraram todos os discos.
O professor tentou explicar quem era Luiz Gonzaga. Só piorou sua situação. Passou uma semana em uma cadeia no deserto.

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