São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997 |
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Casos de bronquite crescem 20%
NOELLY RUSSO
A bronquite é uma inflamação nos brônquios, os canais que ligam a traquéia aos pulmões. Com a inflamação, a passagem do ar fica prejudicada. A prevalência de asma na população brasileira é de 10%. A bronquite crônica, no mínimo, já empatou com esse percentual e tende a ultrapassá-lo, pois, segundo especialistas, cresce mais rápido. "A diferença é que o asmático já nasce com a doença. O bronquítico a adquire durante a vida e o faz porque quer, já que a bronquite crônica tem uma causa principal: o cigarro", diz José Roberto de Brito Jardim, professor-adjunto e chefe da disciplina de pneumonologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp, antiga Escola Paulista de Medicina). Ele e cerca de outros 40 pneumologistas se reuniram ontem em São Paulo para um Simpósio Internacional de Doenças Respiratórias. Segundo Jardim, a população adulta hoje no Brasil fumou durante 20 ou 30 anos. "Agora, eles estão desenvolvendo a bronquite crônica, típica de gente mais velha e que fumou. Felizmente essa geração de garotos hoje fuma menos. Se o cigarro fosse cortado, a bronquite crônica desapareceria." O também pneumologista e coordenador mundial de pesquisa do laboratório Novartis, o neozelandês Geoffrey Nichols, diz que as doenças pulmonares oclusivas crônicas, CPOCs, cresceram 20% nos últimos cinco anos no mundo. Outro fator que colabora para as crises de bronquite e de asma é a poluição. "A poluição certamente é um dos fatores que irritam os brônquios." Remédio O laboratório Novartis lançou um medicamento "ecologicamente correto" para asma e bronquite crônica, o Foradil. O medicamento é usado durante eventual crise das doenças. Seu inalador é semelhante às tradicionais bombinhas. A diferença é que as bombinhas usam o CFC, gás que destrói a cama de ozônio da atmosfera. O novo medicamento não contém gás. É apresentado em forma de pó seco, inalado com a bombinha. O paciente coloca um comprimido, com a dose correta da droga formoterol, na base da bombinha e a fecha. Ao fechá-la, o paciente aperta dois botõezinhos laterais que esmagam o comprimido, liberando o remédio. Com o pó fora da cápsula, o paciente a inala. Texto Anterior: Mãe não saía, diz zelador Próximo Texto: Móveis de Machado de Assis não têm onde ficar Índice |
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