São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997
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Entenda a crise do cartaz

28.jun.97 - Hebron, cidade do sul da Cisjordânia parcialmente controlada pelos palestinos, amanhece com cerca de 20 cartazes pregados nas ruas.
Os cartazes mostram o principal profeta muçulmano, Maomé, como um porco, escrevendo o Alcorão, o livro sagrado do islamismo. O porco é considerado sujo por muçulmanos e judeus -as duas religiões proíbem a ingestão de sua carne.
28.jun a 5.jul - Os conflitos entre palestinos e soldados israelenses, que já vinham acontecendo havia dias, se intensificam e se sucedem diariamente. Os palestinos responsabilizam o governo israelense pelos cartazes.
3.jul - As autoridades de Israel acusam formalmente a israelense Tatyana Suskin, 26, pelos cartazes e por ter atirado uma pedra contra um carro de árabes -ela pode pegar até 24 anos de prisão.
A mais alta autoridade sunita, o xeque Mohammad Saied Tantaui, pede a morte de Suskin.
4.jul - O aiatolá Mohammad Yazdi, clérigo xiita que é o chefe do judiciário iraniano, pede a destruição do Estado de Israel devido à ofensa representada pelos cartazes. "Tanto as autoridades sunitas quanto as xiitas acreditam que o autor dos cartazes deve morrer", afirma Yazdi, para quem a punição se estende "às instituições" -ou seja, Israel.
Segundo moradores de Teerã, a capital do Irã, milhares foram às ruas gritar "morte a Israel" após o discurso do aiatolá (o protesto foi parte de homenagem póstuma aos soldados iranianos mortos na guerra contra o Iraque, entre 1980 e 1988).

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