São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Abrapp ganhou imóvel de presente

DA REPORTAGEM LOCAL

A Abrapp ocupa um andar inteiro no World Trade Center -moderno complexo empresarial, localizado na zona sul de São Paulo-, graças a uma "doação" da construtora OAS e dos incorporadores.
A doação de instalações mobiliadas e de 24 vagas na garagem foi feita "a título de retribuição pelo trabalho de divulgação do negócio\" pela Abrapp, "como agente promotora do empreendimento".
Ou seja, a entidade que reúne as fundações foi recompensada pelo esforço de "convencimento" junto aos fundos de pensão, para que investissem no projeto.
Segundo a CPI, embora as peças contratuais citem a doação à Abrapp, avaliada em US$ 4 milhões, "os elementos contábeis não mostram fatores convincentes suficientes para comprová-la".
Um dos fundos convencidos pela Abrapp a participar do empreendimento foi o Postalis, fundo de pensão da Empresa de Correios e Telégrafos.
Mais tarde, sindicância na fundação identificou "ausência de rentabilidade" do investimento no World Trade Center. Seu custo teria "extrapolado as previsões contratuais em quase 200%", registrando-se "contratos que deixaram os investidores nas mãos dos administradores do empreendimento".
A comissão de sindicância confirmou que não houve avaliação do imóvel pela Postalis, "que confiou totalmente na condução dos negócios pela Abrapp".
A CPI recomendou à Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público a investigação de "indícios de tráfico de influência" entre os dirigentes da Abrapp e a construtora. A Abrapp informa que não houve essa investigação.

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