São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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'Exclusivos' são difíceis de vender

DA REPORTAGEM LOCAL

Opinião unânime entre corretores imobiliários ouvidos pela Folha: imóveis personalizados são mais difíceis de vender. Na hora de comprar, o consumidor prefere o padrão médio encontrado no mercado, opta pela massificação.
A venda desse tipo de imóvel chega a demorar até o dobro do tempo que a dos "normais".
A oferta também é limitada. "São a exceção, não a regra", diz Anna Claudia Bueno Cardoso, 30, da Esquema Loja de Imóveis.
A venda é mais demorada porque é necessário encontrar um comprador com o mesmo gosto do proprietário do imóvel.
"Diminui de 50 clientes para seis", diz Maria Helena Paula Faggion, 46, corretora da Kauffmann.
"Imóvel tem um valor alto e serve de lastro econômico, por isso o comprador prefere não arriscar", afirma o corretor especializado em imóveis exclusivos, Carlos Eduardo Buzolin, 37.
Para ele, além da demora para vender, os imóveis exclusivos também perdem valor.
"Até uma parede com cor muito diferente já desagrada a maioria dos compradores. Coisas que 'demonstram' muito a personalidade da pessoa só interessam a ela própria", afirma.
Quantificar a desvalorização é um exercício de "chutometria". "Dificilmente, a gente vai conseguir encontrar um comprador com o mesmo perfil daquele que está vendendo o imóvel. O custo empregado na construção não vai ser recuperado na venda", diz Carlos Eduardo de Lima, 29, corretor da empresa Site Hunters.
No mercado de decoração, as pessoas com tendências à exclusividade também são minoria. "Há poucos extravagantes", diz a decoradora Vera Aur Carlini, 34.
Seu cliente mais "outsider", pediu a ela um banheiro decorado com frigobar e televisão, "nada muito difícil de fazer".
"O pessoal geralmente gosta de coisas que estão na moda", diz o arquiteto Gabriel Matravõlgyi.

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