São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Qualidade de projeto

ROGÉRIO FELICIANO ROMEIRO

Há tempos o título acima se apresenta como uma imposição para quem quer iniciar um bom empreendimento. Além disso, está sempre presente a seguinte pergunta: "Como verificar a qualidade de um projeto?".
É preciso saber avaliar o profissional e não se deixar levar pelas "facilidades econômicas" oferecidas por alguns profissionais.
Não é no custo do projeto que se economiza, mas é no projeto bem elaborado e bem desenvolvido que se obtém economia significativa na execução da obra.
A qualidade do projeto está em seus pormenores, que mostram o caminho a ser percorrido.
Como saber previamente qual o melhor meio para atingir o destino planejado, evitando perda de tempo, desgastes, desperdícios e dinheiro? Essa é a questão!
O projeto não é um produto rígido e limitado, que, como tal, possa ser concebido de forma simples e frugal. É preciso entender o que é um projeto, quem o faz, como faz, para que serve e o que deve conter.
A palavra "projeto" vem do latim "projectu", que significa "lançado para diante", "planejar", conforme o dicionário "Aurélio". A palavra "arquiteto" também vem do latim "architectu", com sua origem grega "architékton", que quer dizer "o chefe da técnica", aquele que conhece e aplica princípios, normas, leis e materiais adequadamente ao conceber espaços aplicados às suas funções. São esses os conceitos utilizados pelos bons profissionais ao elaborar seus projetos.
Assim sendo, se não houver uma visão clara e abrangente dessa realidade, estaremos nos enganando e causando, inevitavelmente, erros e distorções que serão traduzidos em maus resultados.
Paira no ar um risco muito grande ao se considerar, erroneamente, a função do arquiteto e sua atividade profissional. O arquiteto, ao iniciar o seu trabalho, abre um processo de avaliação dos valores pertinentes ao produto final. Seu desempenho, nesse momento, é de suma importância. Não podemos negligenciar nessa hora.
Mas, normalmente, os estudos solicitados são sempre "para ontem", as informações do terreno em questão nem sequer existem e não se tem as informações técnicas necessárias e indispensáveis para a elaboração de um bom projeto.
Tudo que ele recebe é um rascunho mal traçado, passado via fax, que requer muito esforço para decifrar.
É preciso reconhecer essa questão, caso contrário teremos interpretações falsas e conflitantes e a escolha de caminhos errados por causa de conceitos falhos e mal adotados.
Quando falamos em qualidade de projeto, é preciso atentar para a valorização do arquiteto, para que ele possa trabalhar em paz e conceber produtos com ganhos de qualidade e produtividade, gerando certezas e diminuindo as probabilidades de erros, vícios e defeitos que tantos problemas causam a empreendedores, construtores e consumidores. Mas isso é assunto para outro artigo. Fica aqui o alerta e a conclusão: "Valorize a sua semente e assim terá bons frutos".

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