São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Grampeador
Foi na França que Marisa Garcia de Souza (foto) encontrou sua mais completa tradução. Caindo por acaso em um curso de férias, se aprofundou tanto no tema que acabou virando encadernadora de luxe. Seu último trabalho -um livro com capa de couro e gravada a ouro- acabou na frasqueira do imperador Akihito como recuerdo da viagem ao Brasil. Dividindo cena e criação com as sócias Isabel Corrêa do Lago e Cristina Vianna no atelier do bairro da Glória, Rio, a moça dá toques e retoques contemporâneos em trabalhos clássicos -que vão desde obras raras da biblioteca da Marinha até o acervo de colecionadores exigentes. E para não ficar só no circuito carioca, ela baixa em São Paulo em 98 para mostrar seus melhores trabalhos.
*
O que não vale a pena restaurar?
Obras de gente mau humor.
Para quem faria uma bela capa?
Para os amantes de livros raros.
Que livro faz a cabeça?
O livro do artista, o livro único, o livro-objeto, o livro-escultura.
Boas idéias se embrulham com...
Um belo papel japonês.
Quem merece assinar o livro de ouro?
O bom colecionador.
Que versos recheiam seu pergaminho?
"Il était une fois...", de Jacques Prévert.
O que não dá para enrolar em espiral?
Amizade.
O que nunca entra no seu caderninho?
Coisa grande e pesada.
Como você ilustraria a biografia de Fernando Henrique Cardoso?
Com a palma de uma mão aberta e um ponto de interrogação no meio.
Grande fonte de inspiração é...
A encadernação francesa.
O tempo só não apaga...
O que é bom e bonito.
Quem está precisando de total restauração?
Quem não tem amor pela arte.
Clássico ou contemporâneo?
Um não existe sem o outro.

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