São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Aventura logo ali

MARIANE COMPARATO

Brotas oferece cachoeiras, piscina de areia movediça e esportes radicais perto de São Paulo
Não é preciso ir muito longe para cruzar uma corredeira em meio a um matagal ou olhar para baixo e ver a água caindo de um paredão de 60 m: Brotas, a 247 km de São Paulo, desponta como referência para o ecoturismo.
E o melhor é que tudo está sendo feito com cuidado: não se vê sujeira. Duas vezes por semana, fiscais inspecionam os locais e verificam a limpeza.
Estão catalogadas cerca de 30 cachoeiras, mas todas ficam dentro de propriedades. Atualmente, pode-se ter acesso a sete quedas-d'água, mediante pagamento aos proprietários (varia de R$ 3 a R$ 5). "Estamos planejando fazer acordos para abrir mais cachoeiras para o verão", avisa Renato Scatolin, da agência Mata'dentro, que organiza passeios.
As estradas de acesso são relativamente boas: a qualidade depende da colheita da cana-de-açúcar, principal renda da região, pois os caminhões de cana acabam com as pistas.
O ideal é que tenha chovido até dois dias antes do passeio: os rios e cachoeiras ficam mais cheios e, as trilhas, nem escorregadias nem secas demais.
As cachoeiras mais bonitas são as do Patrimônio, do Astor e Santa Maria. A primeira inclui dois saltos: do Cassorova e dos Quatis. A trilha é íngreme e requer cuidado em alguns trechos, mas vale a pena pelo visual: há uma vista para um vale enorme por onde corre a água.
A do Astor é a preferida dos "canyoners", ou seja, dos que descem cachoeiras com a ajuda de uma corda. Tem queda de 35 m: é preciso fazer um curso de dois dias para praticar o esporte.
A de Santa Maria é um passeio à parte. Primeiro, porque a trilha, de 40 minutos, só pode ser feita com guia (R$ 5 por pessoa). O turista mais desavisado vai ter de se despojar de, digamos, costumes urbanos: é preciso cruzar o rio, com água acima do tornozelo, pelo menos quatro vezes -de tênis e tudo, para não escorregar. Depois, porque, se ele quiser ver direito a cachoeira, terá de se molhar inteiro, pois a queda-d'água de 60 m encharca tudo o que se encontra num raio de até 15 m.
Para uma tarde de descanso, o ideal é uma visita à "Areia que Canta": é uma areia branca e muito fina, localizada em uma nascente de água. O resultado é uma piscina de "areia movediça" sem perigo: a pessoa pode afundar um metro em segundos, mas não mais que isso, porque a água jorrando continuamente a leva de novo à superfície.
Mas, se o clima está para aventura, arrisque um "rafting" (descida de corredeira), de nível 2 a 3, com quedas de até 2,5 m. O passeio, pelo rio Jacaré Pepira, dura duas horas. Os mais radicais podem tentar um "bóia-cross" e descer com bote individual.

ACESSO Brotas: 247 km a noroeste da cidade de São Paulo. Pegue a rodovia Anhanguera (SP-330) até Limeira, depois siga pela rodovia Washington Luís (SP-310) até um pouco depois de Rio Claro, e entre na SP-225 em direção a Itirapina e Brotas.

ENDEREÇOS ÚTEIS Mata'dentro: (014) 653-1915; organiza passeios e promove cursos de "canyoning". Pousada das Nascentes: (014) 653-6133; de R$ 56 a R$ 78 o casal. Casarão Hotel: (014) 653-1438; R$ 40 o casal.

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