São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção de carro elétrico é baixa nos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A produção em massa de automóveis elétricos nos EUA está muito longe de se tornar uma realidade, apesar de leis antipoluição e do esforço dos fabricantes de promover esse tipo de veículo.
O centro desse mercado é a Califórnia, onde a legislação local obriga que, até o ano de 2003, 10% dos veículos vendidos no Estado não poderão emitir nenhum tipo de gás poluente, o que, na prática, significa que devem ser elétricos.
A apenas seis anos dessa data, só duas grandes marcas (GM e Honda) colocaram no mercado carros elétricos especificamente desenhados para esse fim.
Entre os carros elétricos, GM só comercializa o Saturn EV-1 (dois lugares) desde novembro de 96, na Califórnia e no Arizona, e a Honda produz o EV Plus (quatro lugares) desde abril passado, apenas para o mercado californiano.
Ford e Toyota pensam também em oferecer nos próximos anos carros elétricos para alugar a empresas do Estado.
Nos dois casos, os veículos não podem ser comprados sem que antes sejam alugados por três anos (uma espécie de leasing).
O objetivo é que os donos não tenham de arcar com veículos cuja tecnologia pode se tornar obsoleta em pouco tempo. Há também o problema de, em poucos anos, ter de enfrentar uma cara substituição de baterias -por serem recarregáveis, as baterias de carros elétricos perdem parte de sua eficiência depois de várias recargas.
As duas marcas estão desenvolvendo uma estratégia de marketing muito similar: em lugar de promover os modelos de forma intensa, estão tentando atingir um tipo de consumidor entusiasmado com essa nova tecnologia e preocupado com o meio ambiente.
GM e Honda tentam atrair o consumidor com uma oferta singular: ele não precisará pagar nada para trocar peças como pneus, pastilhas de freio ou borracha dos limpadores de pára-brisa.
As companhias elétricas, que apóiam o projeto, subsidiam a energia para esses carros, com um preço de US$ 0,04/kW, contra os US$ 0,21/kW do uso doméstico.
Entre outras vantagens, o novo carro é muito mais silencioso e menos suscetível a quebras, além de não poluir.
Por outro lado, a autonomia é limitada (até 120 km) e a recarga das baterias é lenta (três horas para o Saturn e de seis a oito para o Honda), além do alto custo inicial.
O leasing do Saturn custa atualmente US$ 399 ao mês (contra os US$ 550 do início das vendas) e o do Honda sai por US$ 499.
Além disso, o motorista deverá instalar em casa um carregador (entre US$ 700 e US$ 3.500), o que está espantando os clientes, já que esses preços estão próximos aos dos modelos de luxo. Resultado: a GM comercializou 185 unidades do EV-1 desde dezembro, e a Honda, apenas 15 no primeiro mês.
Outro agravante é o baixo preço da gasolina (cerca de US$ 0,34 por litro). Um modelo a gasolina consome US$ 0,05 por milha (ou 1,6 km) contra os US$ 0,025 da versão elétrica.

Texto Anterior: Veja o novo esportivo da Chevrolet
Próximo Texto: Modelo da Toyota usa gasolina e eletricidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.