São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997 |
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Lula participa de disputa interna
CARLOS EDUARDO ALVES
A eleição do diretório paulista, o mais importante do partido, está marcada para os dias 26 e 27 de julho. Já foi lançada a candidatura do deputado estadual Renato Simões, representante da "esquerda". A candidatura de Antonio Palocci Filho, ex-prefeito de Ribeirão Preto, será lançada segunda-feira pelas alas de "centro" e "direita" do PT. Lula deve comparecer. "O Palocci parece um papagaio de pirata do Lula", afirmou Simões. O deputado referia-se ao comportamento de seu adversário durante um ato de desagravo a Lula, anteontem em Campinas. "Isso é muito chulo e me recuso a responder", afirmou Palocci. O candidato do grupo de Lula disse que foi de São Paulo até Campinas com o líder petista e que sempre foi solidário com o amigo. Simões não duvida que Lula, ao contrário do que fez na maioria das disputas do PT, desta vez vai se envolver. "O Lula está com um apetite grande para participar do debate interno", disse. Lula tem interesse em derrotar a ala de "esquerda" do PT. A motivação política é, com a manutenção do controle do partido nas mãos da tendência de "centro", conseguir aumentar o arco das alianças para as eleições de 98. A razão pessoal vem do caso Cpem (empresa que segundo o economista Paulo de Tarso Venceslau seria ligada ao advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula acusado de ter beneficiado a Cpem em contratos com prefeituras petistas). Lula não engoliu uma "carta aos militantes" assinada por líderes da "esquerda". No texto sobre o caso Cpem, não se fez a defesa de Lula. A partir daí, ele passou a trabalhar ativamente contra os adversários. Lula apóia a reeleição de José Dirceu para a presidência do PT. Dirceu vai enfrentar em agosto o deputado federal fluminense Milton Temer, da "esquerda"'. Plataformas Simões declarou que sua candidatura é contra a "descaracterização e diluição do programa e da imagem do PT", o que ocorreria se o partido formasse uma frente de centro-esquerda "pragmática" para disputar as eleições de 98. Palocci, favorito para ganhar o diretório paulista, disse que o PT precisa "ouvir a sociedade e fazer debates mais plurais". O ex-prefeito quer ainda que, em 98, a legenda faça "amplas alianças". Texto Anterior: Teixeira negou ter intercedido por Cpem Próximo Texto: Cesar Maia diz que venda foi irregular Índice |
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