São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Vítima acha quem duplicou seu cartão

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia paulista descobriu um grupo que aplicava golpes com cartões de crédito por causa das investigações feitas pela tradutora Ana Maria de Carvalho Mayer Singue, 52. Em seis dias, ela obteve uma descrição das mulheres que usaram um cartão em seu nome e, ontem, identificou uma suspeita.
A vendedora Maria Cecília Scalamandre, 38, foi detida, reconhecida pela balconista de uma loja em que ela teria usado o cartão da tradutora e confessou ter sido usada por uma quadrilha responsável pelos golpes.
"Eles me usaram. Eu não sabia que o cartão era fraudado. Pensei que estava fazendo um favor para uma conhecida", disse.
Segundo o delegado Luis Augusto Castilho Storni, 31, do 15º DP, a vendedora ia ser indiciada em inquérito sob a acusação de estelionato. "É um caso raro. As informações trazidas pela vítima são muito boas", disse.
O cartão foi emitido no último dia 24. A pessoa também mudou o endereço para onde deveria ser enviada a correspondência do cartão de crédito da tradutora. "Esses golpistas fizeram compras com o cartão nos dias 28 e 30 de junho e 2 de julho", disse Ana Maria.
A tradutora foi informada pela segurança da Credicard do golpe no dia 2. "Perguntaram-me se eu havia requisitado o segundo cartão e eu disse que não. Então me disseram que eu não pagaria nada e que alguém havia usado um cartão meu para aplicar o golpe."
A tradutora decidiu ir atrás dos golpistas. Ela visitou as lojas onde as compras haviam sido realizadas. Conseguiu uma descrição das mulheres que haviam feito as compras. Depois, obteve o endereço para onde havia sido enviado o cartão adicional.
Era um estabelecimento comercial em Pinheiros (zona sudoeste). Nele, a tradutora diz ter sido informada que a vendedora era ex-funcionária da loja e que a suspeita iria voltar à loja ontem à tarde para receber seu último pagamento. Ana Maria chamou a polícia.
"A Credicard não fez nada. Eu que tive que apurar tudo", disse.
Credicard
A assessoria da Credicard informou que a cliente não teria prejuízo, pois não pagaria a conta. Informou ainda que não podia revelar as ações de seu departamento de segurança.

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