São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Sequestro de bônus confunde o governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo está confuso sobre a decisão da Justiça italiana de arresto dos bônus brasileiros emitidos no exterior. O ministro Pedro Malan (Fazenda) confirmou ontem que houve o pedido de arresto dos recursos referentes ao lançamento dos bônus brasileiros na Itália.
Segundo ele, a apreensão judicial não pôde ser feita porque o dinheiro da operação já havia sido transferido para o Brasil. A emissão foi de 500 bilhões de liras -cerca de US$ 300 milhões.
Já o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, nega o pedido de arresto. Houve, disse, uma decisão na Itália que antecede o pedido de arresto, uma espécie de consulta.
O procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Carlos Sturzenegger, disse que está aguardando o encaminhamento de toda a documentação dos advogados que acompanham o caso na Itália e em Londres para ver o instrumento jurídico que poderá ser usado.
Ele afirmou que não pode garantir que a próxima emissão, prevista para amanhã, no valor de US$ 150 milhões, não será alcançada pela decisão de arresto.
Para ele, o pedido de arresto surpreendeu o Ministério da Fazenda "porque o assunto não estava sendo tratado por nós, mas pelo MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo)".
Quatro empresas européias -as inglesas Citoma Trading e EDF Man, a suíça Intercontinental e a alemã Rothfos- foram contratadas pelo IBC, em 86, para comprar 635.760 sacas de café robusta na Bolsa de Valores de Londres. Elas teriam que vender o café depois para o IBC.
O objetivo da operação era forçar a alta da cotação no mercado internacional, que registrava preço inferior ao fixado no mercado interno. O IBC tinha 90 dias para pagar a dívida, mas só quitou 5%.

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