São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Setor informal gera 90% das vagas em SP

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O termo "setor não formal" foi adotado pelos pesquisadores e engloba os trabalhadores de serviços terceirizados, sem carteira assinada e autônomos.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) utiliza o termo "setor informal".
Os resultados da pesquisa serão apresentados hoje, em Brasília, durante o seminário "O Setor Informal Revisitado: Novas Evidências e Perspectivas de Políticas Públicas", promovido pelo Ipea.
Eles mostram, por exemplo, aumento de 63%, entre 88 e 96, nas vagas para autônomos que trabalham para empresas sem instalação física -como pedreiros e pintores. O grupo dos empregadores (pessoas que trabalham por conta própria e empregam até cinco trabalhadores) dobrou no período.
O crescimento da taxa de desemprego -que pulou de 5,6% em 1988 para 8,7% em 1996- e a expansão do setor não formal deterioraram o mercado de trabalho.
A pesquisa mostra que os ganhos dos trabalhadores sem carteira correspondiam, em 96, a 67% do rendimento dos ocupados. Já os assalariados do setor formal recebiam salário 22% maior.
O grupo do setor não formal que mais cresceu foi o dos trabalhadores autônomos. Segundo a pesquisa, 59% das novas oportunidades de trabalho que surgiram em São Paulo foram para autônomos.
Em seguida, vêm os trabalhadores sem carteira assinada: 14% dos novos empregos gerados estão nesse grupo. O processo de terceirização foi responsável por 13% das novas vagas em São Paulo.
A boa notícia encontrada pelos pesquisadores é que os salários dos trabalhadores do setor não formal está melhorando em ritmo mais acelerado do que a remuneração dos assalariados do setor formal. Ou seja, embora os trabalhadores do setor não formal ganhem menos do que os do setor formal, a diferença está caindo.
O salário dos trabalhadores sem carteira cresceu 32% entre 88 e 96. O dos autônomos cresceu 5% e o dos empregados terceirizados se manteve estável.
Já o salário dos trabalhadores do setor formal cresceu 5% no mesmo período. O salário das empregadas domésticas foi o que teve maior aumento: cresceu 40%.

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