São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Fundos de pensão; Esclarecimento; Avanço e retrocesso; Feriado extemporâneo; Alberto Dines; Discurso eleitoral; Deslize; Ética na política

Fundos de pensão
"Gostaria de cumprimentar a Folha pelo extenso trabalho de investigação jornalística que resultou na reportagem 'R$ 63 bi circulam sem controle no país' (6/7), sobre os fundos de pensão estatais.
Cumpre-nos lamentar que existam casos suspeitos apontando para um relacionamento condenável entre fundações de estatais e algumas construtoras.
Somos favoráveis a que tais casos sejam investigados e as responsabilidades apuradas.
Entretanto, esses tristes fatos não podem nem devem servir de pretexto para que o governo reduza o limite previsto na legislação para aplicações dos fundos estatais no setor imobiliário.
Os investimentos financeiros no setor imobiliário, por serem de longa duração e terem inegável interesse social, devem estar entre aqueles a serem feitos com prioridade pelos fundos de pensão, estatais ou privados.
Lamentavelmente, o governo vem tentando diminuir o percentual máximo que os fundos estatais podem aplicar no setor imobiliário, liberando-os para aplicar parcelas maiores em privatizações ou obrigando-os a adquirir títulos para financiar a dívida pública."
Sergio Porto, presidente do Sinduscon -Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
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"Excelente a reportagem sobre os fundos de pensão. Não deixou de ser 'um tapa na cara' de todos a doação pela OAS e outros de um andar inteiro para a Abrapp.
Lamentável também foi ver os representantes falarem em direitos adquiridos pelos participantes e o respeito à lei quando se sabe que a maioria dos fundos não cumpre o que foi pactuado com os mantenedores beneficiários, tal como o limite de idade, sendo necessário acionar a Justiça para cumprir um direito líquido e certo."
Luiz Roberto Bar Mendes (Contagem, MG)

Esclarecimento
"A Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.A. esclarece ao usuário Caio V. Chaves ('Painel do Leitor', 4/7) que o trecho da via Anhanguera citado em sua carta -entre Limeira e Ribeirão Preto- não está sob sua jurisdição.
O responsável pela conservação e operação desse trecho é o Departamento de Estradas e Rodagem (DER).
A Dersa opera e cuida da conservação da via Anhanguera entre os quilômetros 11 e 111 (São Paulo/Sumaré)."
Paulo Botto, gerente de assessoria de Comunicação da Dersa (São Paulo, SP)

Avanço e retrocesso
"As fotos de capa da Folha de 8/7, a menina morta no Camboja e o robô no solo de Marte, são o retrato de nosso desequilíbrio: estamos a caminho de outras terras e ainda não conquistamos esta.
Que tristeza!"
Marilda Bernardino (Bragança Paulista, SP)

Feriado extemporâneo
"O governador Mário Covas nunca mais terá meu voto após essa absurda decisão sobre o novo feriado.
Sou empresário, minha empresa atua a nível nacional. Não posso permitir que meus clientes de outros Estados fiquem sem atendimento e já decidi que vou trabalhar no feriado.
Pergunto ao governador: quanto custa para o Estado (e para o contribuinte) esse dia parado do funcionalismo público?
Não é trabalhando menos que iremos melhorar a condição social e econômica do país."
Vinicius Viotto Coube (Bauru, SP)

Alberto Dines
"Cumprimento a Folha pelo retorno de Alberto Dines.
Ganham o leitor e o jornal com a contribuição de um príncipe do jornalismo brasileiro e suas lições de ética, descortino e talento."
Antonio Alberto Prado (São Paulo, SP)

Discurso eleitoral
"Sobre FHC pedir ao Congresso empenho na votação de suas reformas: é puro discurso eleitoral.
Essa é a senha para pedir contribuição aos peso pesados do mundo da indústria e dos bancos que estavam em Brasília."
Ivan Valente, deputado federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Deslize
"A reportagem 'Indonésia culpa Lisboa por crise em Timor', de Jaime Spitzcovsky, é totalmente superficial e pró-Jacarta.
A Folha não poderia ter dedicado meia página do jornal para acolher a opinião de uma pessoa tão cínica e sem crédito como o sr. Ali Alatas, ministro das Relações Exteriores da Indonésia.
E a Folha pecou em não ceder uma única linha a uma voz timorense ou portuguesa."
Guilherme Machado Corrêa (Rio de Janeiro, RJ)

Ética na política
"Após as últimas eleições presidenciais, Lula pretendeu organizar um 'ministério paralelo', instrumento político positivo, utilizado na Inglaterra parlamentarista, país de forte estrutura partidária.
Lá, o partido vencedor das eleições constitui o governo leal de sua majestade; o perdedor, a oposição leal de sua majestade.
Naquele país, o 'ministério paralelo' visa oferecer, no Parlamento, uma política alternativa, construtiva, competindo com a política governamental.
A oposição ataca o governo como um todo e vice-versa. Jamais um político do governo ou da oposição é agredido pessoalmente. Isso seria um desrespeito ao povo britânico.
No Brasil, o debate político se fixa em acusações pessoais, e o presidente eleito necessita negociar cargos e ministérios para aprovar seus projetos no Congresso; quando o consegue.
A atual campanha política (para 1998, já desencadeada), sem diferir das anteriores, se caracteriza por 'haja escândalos'. Mentem os que dizem que não existe ética na política. Existe, sim. Cabe ao povo brasileiro começar a construí-la."
Isak Bejzman (Porto Alegre, RS)

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