São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997 |
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Greve deixa Alagoas sem policiamento
ARI CIPOLA
Além de deixar os quase 2,7 milhões de habitantes desprotegidos, a greve nas polícias provocou o cancelamento de todos os jogos do Campeonato Alagoano de Futebol, shows e outros espetáculos culturais. Salários atrasados Os PMs estão com seis folhas salariais atrasadas e os policiais civis com sete. "Nós unificamos o movimento e só voltamos ao trabalho quando o governo pagar os atrasados", afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado, José Carlos Fernandes. Ontem, a paralisação dos PMs atingiu 90% da tropa com a adesão do Batalhão de Trânsito. Nas estradas estaduais e ruas de Maceió (AL), não havia nenhum carro da PM circulando. Um dos blocos carnavalescos mais tradicionais de Maceió (AL) cancelou ontem o desfile que faria hoje pela orla marítima da cidade para comemorar seus 11 anos de existência. A greve vai fechar também todas as delegacias e PM-Box dos bairros e praias da capital alagoana. Os policiais estão trabalhando apenas na segurança de prédios públicos, como o Palácio do Governo, Assembléia Legislativa e Pronto Socorro Estadual. Nos presídios e cadeias públicas, também está garantida a segurança. Ao voltar ontem de Brasília, o governador Divaldo Suruagy (PMDB) afirmou que "nada" poderia fazer para regularizar os salários dos policiais. "Sem a ajuda do governo federal não temos como pagar os salários", afirmou. Segundo Suruagy, apesar do atraso nos salários, a situação da Polícia Militar de Alagoas "é mais tranquila que a de Estados como Minas Gerais e Piauí". Revolta Suruagy afirmou ainda que não deverá punir, por enquanto, os grevistas. Na avaliação do governo e do Comando Geral da PM, uma punição significaria mais revolta. O governador poderia, por exemplo, tentar enquadrar o movimento dos PMs, que eles chamam de aquartelamento, na categoria de greve. Como a greve é inconstitucional no caso da PM, uma decisão judicial poderia forçar a tropa a voltar ao trabalho. Uma ação judicial poderia colocar o governador contra os oficiais da PM, que apoiam a paralisação e não admitem punição. "Há fome, então não há punição para a tropa", diz o comandante-geral da corporação, coronel João Evaristo dos Santos Filho. Texto Anterior: Produtividade de médicos é baixa Próximo Texto: Policiais pedem reajuste em PE Índice |
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