São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Prisão de soldado é decretada em MG

DA AGÊNCIA FOLHA

A Justiça Militar decretou ontem a prisão preventiva do soldado Wedson Gomes Campos. Ele é acusado de motim.
O soldado é suspeito de ser o autor do disparo que atingiu o cabo Valério dos Santos Oliveira, durante manifestação por aumento de salários da Polícia Militar mineira, em Belo Horizonte. O cabo morreu.
O pedido de prisão preventiva, decretada pelo juiz auditor da 3ª Auditoria Militar Waldyr Soares, foi feito um dia após a divulgação do laudo feito pelo legista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Fortunato Badan Palhares.
O laudo isenta o coronel da Polícia Militar Edgar Eleutério de ter sido o autor do tiro. Ele era um dos suspeitos.
O advogado do soldado, Obregon Gonçalves, chamou o pedido de "expediente covarde e cruel" do governo mineiro para evitar que possíveis testemunhas de defesa deponham em favor de seu cliente.
Segundo o advogado, as pessoas que se dispuserem a falar em favor do soldado Campos vão ser acusadas igualmente de motim.
A pena para crime de motim é, segundo Gonçalves, de oito anos. Pode chegar a 16 para os líderes.
Laudo
O advogado disse que vai entrar, na próxima segunda-feira, com pedido de habeas corpus em favor de seu cliente.
Ele questionou a validade do laudo de Badan Palhares, dizendo que o material à disposição do perito era "insuficiente".
Gonçalves disse que está providenciando um laudo pericial independente, que contradiz o da Unicamp.
Segundo o advogado, o legista alagoano George Sanguinetti ofereceu-se ontem para fazer o novo laudo.
Ele disse que aceitou a proposta, mas ainda não há data para a ida de Sanguinetti a Belo Horizonte.
O legista alagoano já entrou em choque com Palhares ao criticar o laudo que apontou as causas da morte do empresário Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino.

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