São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Vítimas de acidente farão exame de álcool

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As vítimas de acidentes de trânsito que derem entrada em hospitais e no IML (Instituto Médico Legal) serão submetidas a exames para investigação de presença de álcool e drogas em seus organismos.
O procedimento vai fornecer dados para uma pesquisa da ABDetran (Associação Brasileira de Departamentos de Trânsito) que será realizada durante oito dias -provavelmente entre o final de julho e o início de agosto- em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Salvador (BA).
Trabalho realizado em Recife durante o Carnaval deste ano constatou que os motoristas tinham álcool no sangue em 80,7% dos 147 acidentes registrados.
A nova pesquisa foi idealizada com base em resultados desse e de outro estudo feito em Salvador.
No estudo baiano, entre os entrevistados, 25,5% afirmaram já ter se envolvido em acidentes de trânsito. Desses, 37,3% reconheceram ter ingerido bebida alcoólica na ocasião.
Realizado em bares e casas noturnas de Salvador, o estudo mostrou que o nível de álcool no sangue era alto em 36,3% dos entrevistados que já haviam se acidentado, contra 28,8% dos que não tinham história pregressa.
"Temos apenas informações aleatórias, sem metodologia, sobre essa relação. Com a pesquisa teremos dados concretos para iniciar uma campanha nacional contra o problema", afirmou.
Sigilo
Santos esclarece que as vítimas de acidente serão informadas da pesquisa e, caso não concordem em ser examinadas, não serão obrigadas.
"Se a pessoa estiver visivelmente sob o efeito de álcool ou alguma droga, isso será anotado", disse.
Serão realizados exames de dosagem de álcool no sangue e de urina, para identificar substâncias como cocaína, maconha, antidepressivos, moderadores de apetite, tranquilizantes, anticonvulsivos e substâncias inalantes.
O nome dos participantes permanecerá em sigilo. "Na pesquisa não nos interessa identificar as pessoas, mas os números."
O material recolhido será analisado no Departamento de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia. A pesquisa custará R$ 343 mil.

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