São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Exportação cresceu 14% no mês passado

Para governo, o pior já passou

DA SUCURSAL DO RIO

As exportações brasileiras aumentaram 14% em junho em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros.
Segundo Mendonça de Barros, esse é um dos indicadores que "aquela perspectiva muito aflita em março e abril foi ultrapassada por perspectivas mais calmas e mais razoáveis para o ano todo".
Outro ponto positivo, segundo ele, é a estabilização do déficit comercial em torno de R$ 11 bilhões, segundo as avaliações do mercado. Ele lembrou que quando esteve participando do Fórum Nacional, realizado em maio, no Rio, a expectativa era bem pior. "Não é que o déficit vá acabar, mas a boca do jacaré começa a ficar menor", disse.
Mendonça de Barros disse que no mês de junho foi o primeiro que apareceu uma expansão forte de exportação de produtos manufaturados, que "estava devagar à beça". Ele citou os automóveis, aviões, por conta das recentes vendas da Embraer, e calçados.
Para o secretário, isso faz parte da "aposta do Plano Real", que é a de "amadurecer sua capacidade de produção. Isso significa que as coisas produzidas aqui vão ganhar posição relativa de preço em relação às coisas importadas".
Filmes Além disso, produtos que eram importados começam a ser produzidos aqui. Ele deu como exemplo os filmes que embalam produtos resfriados em supermercados. Esse produto era importado. Hoje, segundo ele, já é produzido aqui e mais barato que o importado.
Segundo ele, "isso tem que começar a acontecer, não pode demorar dez anos. Dez anos é longo demais", disse. Segundo Mendonça de Barros, o governo tem consciência que não pode financiar qualquer déficit.
Mendonça de Barros disse que a modernização da economia brasileira (o que, segundo o governo, seria uma das razões do aumento das importações, com a compra de máquinas e equipamentos) começou pela agricultura, favorecida por "preços bons e safra boa".
Depois, em consequência, vieram os agribusiness (negócios envolvendo a agricultura) em geral. Agora, segundo ele, "estão começando a aparecer os manufaturados". Mendonça de Barros diz que "isso mantém a ansiedade baixa, apesar de ter um déficit em 12 meses alto".
Na importação, segundo ele, o movimento "mais calmo é de curto prazo". Para Mendonça de Barros, "não vai ser assim pelo resto dos tempos".

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